Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Milhares de animais eram rotineiramente torturados, mortos congelados e sufocados por gás em uma empresa que cria animais para “fornecer” para a Petco, maior rede de pet shops dos Estados Unidos. As informações são do Daily Mail e do NY Daily Mail.
As companhias Petco, Pet Smart e Pet Supplies Plus recebem animais tais como hamsters, coelhos, roedores, chinchilas e furões da Holmes Farm (Pensilvânia), onde os pequenos animais eram guardados em recipientes plásticos e empilhados em gavetas, de acordo com o PETA.
A Petco afirma que rompeu relações comerciais com a Holmes Farm – que está sob investigação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – mas representantes da loja foram vistos na fazenda da empresa examinando refrigeradores cheios de animais que foram congelados até a morte recentemente, no dia 5 de Janeiro, segundo o porta voz do PETA Dan Paden.
“Como resultado das nossas recentes inspeções no Holmes Chinchilla Ranch (…), nós identificamos que eles não atendem os padrões de cuidado animal, e nós encerramos a nossa relação”, disse a porta voz da Petco, Lisa Start, ao Daily News. Dan Paden, que trabalha como diretor de análise de provas do PETA, declarou que a afirmação da Petco de que eles teriam rompido o contrato com o fornecedor devido à sua própria investigação é “conveniente”, se não uma “mentira deslavada”.
A Petco enviou um inspetor à fazenda no dia 2 de Dezembro, e continuou fazendo negócios com eles por mais de um mês, de acordo com Paden.
Uma funcionária do PETA entrou para trabalhar sob disfarces na Holmes Farm no início de Outubro e disse que em seu último dia, que foi 5 de Janeiro, a Petco ainda estava fazendo pedidos à empresa.
“As lojas da Petco estavam encomendando e recebendo centenas de animais da Holmes Farm, mesmo após o início das inspeções do USDA”, explica o PETA.
Segundo o PETA, os animais eram rotineiramente deixados feridos para morrer no chão, não recebiam medicação, eram jogados de uma lata para outra, permitia-se que fossem aterrorizados e feridos por gatos, mortos por gás “em massa”, jogados vivos no lixo e fechados em sacolas plásticas enquanto ainda estavam vivos e postos em um congelador, de onde eles tentavam freneticamente sair antes de congelarem até a morte.
“Seus gritos podiam ser ouvidos do outro andar”, disse a ONG, a respeito dos animais que estavam feridos ou morrendo.
O chão de um dos andares do prédio da Holmes Farm estava cheio de sangue após animais menores terem sido atacados por gatos, segundo registros do PETA. Uma testemunha viu um gerente da Holmes Farm jogando hamsters de uma lata para outra.
“Havia cerca de 20 mil animais em latas severamente lotadas, competindo por alimento, competindo por água”, disse Dan Paden.
Um porquinho da índia chamado Elvis foi devolvido ao fornecedor pois ele sofria de uma micose. O PETA alega que não foi dado nenhum medicamento ao animal, que morreu dias depois.
Coelhos foram filmados embalados em gaiolas incrustadas de fezes. A eles, como aos demais animais, era negado qualquer tratamento médico.
Um coelho letárgico foi noticiado a um gerente, que disse que iria “checar o animal”. Mais tarde, naquele dia, o animal foi encontrado morto.
Representantes da Petco até mesmo jogavam pequenos animais no lixo ou embrulhavam os seus corpos em sacolas plásticas sem nem mesmo checar se havia sinais de vida.
Em uma foto, roedores recém nascidos são vistos empilhados em uma lata que “cheirava a morte” e estava com uma etiqueta dizendo “congelar”, de acordo com o PETA.
A Holmes Farm foi procurada pelo Daily News para comentar o assunto, mas não respondeu ao contato. E o site da empresa na Internet estava fora do ar na tarde da última quinta-feira.
O PETA começou a sua investigação após ter recebido pelo menos seis queixas por parte de ex-funcionários e funcionários da Holmes Farm e Petco, segundo Paden. As evidências obtidas entre Outubro e Dezembro pela funcionária do PETA infiltrada levaram o USDA a também iniciar uma investigação exaustiva na empresa.
Uma ex-funcionária da Petco processou a Holmes após ela ter sido mordida por um roedor doente em 2006, que a Petco comprou do fornecedor por 5 dólares, conforme reportagem de 2010 do Daily News.
Esse caso comprova que a Petco vinha trabalhando com a Holmes há pelo menos uma década.
Paden conta que esse é o quinto fornecedor de animais que trabalha para a PetSmart ou a Petco que o PETA expõe. Em 2010, o fornecedor Sun Pet foi denunciado por casos semelhantes, conforme publicado na ocasião pela ANDA.
“Nós fomos até o USDA para delatar as nossas descobertas”, disse Erin Gray, porta-voz da PetSmart. “Se nós descobríssemos que nossos padrões não estivessem sendo atendidos por esse fornecedor, nós trocaríamos e tomaríamos a ação apropriada”.
O PETA está com uma petição em andamento, que já recolheu mais 50 mil assinaturas. A organização sugere que as pessoas que amam os animais devem visitar abrigos ou organizações de resgate para adotá-los ao invés de ir comprar animais em um pet shop.
“O único jeito de atingir essas empresas é parando de fazer negócios com elas”, disse Paden. Assim, impede-se que o ciclo de sofrimento continue e mais animais sejam tratados como mercadorias e percam as vidas dessa maneira torpe.
A Petco, que é detentora da maior rede de pet shops dos Estados Unidos e foi fundada há mais de 50 anos, já foi alvo de inúmeras denúncias de maus-tratos a animais. No ano passado, em um curto intervalo de tempo, houve dois casos de animais que morreram por erros de manipulação na área de banho e tosa, Colby e Shiloh, conforme publicado pela ANDA.
Clique aqui para assinar a petição do PETA, que clama para que a justiça seja feita e os responsáveis pelos maus-tratos sejam punidos.