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Transmissão da toxoplasmose é mais comum por alimentos mal lavados ou cozidos

1 de maio de 2011
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Colocados ao lado de um cão esfuziante e brincalhão, são facilmente considerados antipáticos, frios, distantes, esnobes e desinteressados. Além dessa “fama”, os gatos ainda sofrem com outro tipo de preconceito: são vistos como vilões, por serem agentes transmissores da toxoplasmose, doença que pode passar despercebida em pessoas com imunidade normal, mas gera complicações sérias naquelas com imunidade comprometida, sendo também transmitida de mãe para filho pela placenta.

A doença e, por tabela, os felinos ganharam algum destaque recentemente, quando a novela Insensato Coração, da Globo, colocou o personagem de Lázaro Ramos alertando a personagem de Camila Pitanga sobre o perigo de ficar perto de gatos, já que ela está grávida.

Segundo a veterinária do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Rio Claro, Camila Ramos, o gato é realmente o único agente transmissor, mas é nos alimentos mal higienizados que reside o maior perigo para o humano: “A principal forma de infecção é através da ingestão de alimentos. A transmissão gato – homem é mais difícil, pois, após eliminar os cistos nas fezes, elas têm que permanecer no ambiente por pelo menos dois dias para tornarem-se infectantes”.

Ou seja, assim como outras doenças, é a falta de limpeza do ambiente doméstico, dos alimentos e das próprias pessoas que determina as chances de contaminação. Segundo Camila, é importante destacar que “gatos criados em casa, cujas fezes sejam recolhidas diariamente, não apresentam risco. Eles não devem comer carne crua, para não serem contaminados. Outros animais somente transmitem toxoplasmose pela carne, não pelas fezes”, explica.

E também muito importante é ressaltar que apenas os gatos já contaminados podem transmitir a doença: nada de generalizações. Um gato sadio, bem cuidado, em uma casa limpa, não trará problemas. Além desses equívocos sobre a toxoplasmose, o senso comum empurra para os bichanos a pecha de pouco amigos. Tal definição é prontamente demolida pela pediatra Silvana Ciabotti Rillo. Ela convive com gatos há 25 anos e hoje tem quatro animais, entre um e 14 anos: “Eles nos esperam chegar e, quando adoecemos, ficam próximos, como que cuidando de nós. Sempre pedem carinho e, diferente do que dizem, não vêm apenas quando querem algo”, relata. A médica destaca a importância de um animal de estimação no desenvolvimento de uma criança: “Desenvolve a personalidade da criança e o amor ao próximo, independente de qual animal seja”, explica.

A veterinária Camila informa que no CCZ há atualmente 10 gatos e nove cães para adoção, todos castrados e vermifugados. A disparidade entre as adoções concluídas chama atenção: neste ano, 20 cães e apenas oito gatos conseguiram um tutor. Para adotar um animal do CCZ basta comparecer com o documento de identidade e, se o interessado for menor de idade, é indispensável que pais ou responsáveis estejam presentes. No site do CCZ (www.cczrioclaro.tk) podem ser encontradas imagens dos animais que esperam por adoção, além de informações e fotos de animais encontrados ou perdidos. A adoção deve ser um ato muito bem planejado, já que “ter um animal e não fornecer a ele abrigo, alimentação e cuidados veterinários também pode ser considerado maus-tratos contra o animal”, pontua a veterinária.

Fonte: Jornal da Cidade

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