A reportagem do LIBERAL flagrou ontem uma briga entre cães do canil da Avenida Bandeirantes, na bairro Machadinho, em Americana (SP). Eles acabaram matando um cachorro depois de cerca de 15 minutos de ataque, por volta das 19h. O animal agonizou indefeso no chão. Não havia nenhum responsável no local, que abriga os cães em duas grandes ‘baias’. A Prefeitura nega que o animal tenha morrido.
Sem motivo aparente, os cães começaram a brigar e acuaram um deles, que foi derrubado e mordido até não conseguir mais se mover. A cabeça desse cachorro ficou totalmente ensanguentada e o ataque não terminou nem quando ele parou de tentar se defender.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, há 130 cães no local. A reportagem constatou que os animais são abrigados em duas áreas cercadas e é possível ver cães de grande porte junto com animais menores e mais frágeis. Mas o coordenador do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Fernando Vicente Ferreira, informou através de nota da assessoria, que eles são separados por tamanho, agressividade e sexo.
Quando a Associação Amiga dos Animais de Americana era responsável pelo abrigo, os animais agressivos ficavam isolados dos demais e havia centenas de gatos circulando no pátio. Ontem a reportagem não viu nenhum gato no local e a parte dos fundos, onde ficavam os cães brabos, está vazia.
Outra diferença é a tela que foi aplicada junto ao alambrado, tapando a visão de quem passa pela avenida. Apesar do ‘tampão’ ficar entre a rua e o abrigo, a assessoria informou que serve para separar os animais e evitar brigas. Dentro dos dois espaços onde ficam os cães, entretanto, não há nenhuma barreira para separação, a não ser uma gaiola.
Ferreira informou que há funcionários do CCZ no canil das 7h às 17h. Entre 18h e 22h o espaço é vigiado por uma viatura da Gama (Guarda Municipal Armada de Americana) e das 22h às 6h um vigia fica no local.
A situação do local é alvo de inquérito civil do Ministério Público, instaurado em 2009 para investigar supostos maus-tratos contra cães e gatos abrigados. Entre as denúncias está a falta de veterinários; alimentação uma vez ao dia; manutenção de animais saudáveis com doentes; mistura de filhotes e adultos no mesmo espaço, gerando brigas e até mortes.
Fonte: O Liberal
