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Cresce número de pessoas que abrigam cachorros e gatos em lares temporários no RJ

28 de novembro de 2010
4 min. de leitura
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Enquanto não encontram um cantinho definitivo para chamar de seu, o destino de alguns cães e gatos resgatados das ruas tem sido viver num lar provisório, conforme mostra reportagem de Simone Candida, na edição de O GLOBO deste domingo. A exemplo do que ocorre nos casos de adoção de crianças e adolescentes, em que muitas ficam à espera da nova família em lares temporários, alguns animais também são acolhidos em casas de voluntários, que assumem o papel de tutores por um período.

Gente como a professora Maria José Maia de Miranda, de 55 anos, que atualmente hospeda em sua residência, em Vila Isabel, na Zona Norte, 13 cães e 37 gatos abandonados.

“Aqui eles recebem carinho, atenção, comem ração de qualidade e são medicados. Estão melhores do que em um abrigo, onde seriam apenas um número. Se cada pessoa abrigasse um ou dois animais em casa, a situação dos bichos de rua estaria um pouco melhor”, diz Maria José, que adaptou a casa para receber os animais e trabalha em parceria com a Associação Nacional pela Implementação dos Direitos dos Animais (Anida).

Doentes e idosos têm menos chances de serem adotados

Em 15 anos, a professora calcula que já encaminhou cerca de 100 animais para adoção. Entre eles, animais de raça e vira-latas. Recentemente, cuidou de uma shitzu e sua ninhada, apreendidos pela Justiça num canil. Eles foram encaminhados para novos lares em pouco tempo, mas uma boa parte dos animais que vive na casa de Maria José está há muitos anos na fila, sem encontrar um tutor. E ela mesma acabou adotando.

Como acontece com a maioria das “famílias acolhedoras” do Rio de Janeiro, Maria José paga do próprio bolso a alimentação, os remédios e as visitas aos veterinário, num gasto médio mensal de R$ 2 mil. E foi justamente por não poder mais arcar com as despesas altas que a professora Cristina Clemente Ribeiro, de 52 anos, moradora de Niterói, teve que parar de receber animais em casa depois de uma década.

“Chegou a um ponto em que eu tenho mais bichos do que capacidade e condições de cuidar. É que aqui em casa todos comem ração de qualidade e recebem tratamento veterinário. Isso custa caro. O problema é que as pessoas, quando descobrem que você faz este trabalho, começam a colocar bicho na sua porta”, diz Cristina, que atualmente tenta ajudar uma amiga a doar quatro gatinhos pretos. “É o que posso fazer neste momento, ajudar outras famílias que, como eu, acolhem bichos. Divulgo fotos no Facebook, no Orkut e também em petshops”, diz ela, que prefere não divulgar quantos cães e gatos abriga em casa.

A veterinária Andrea Lambert, de 45 anos, presidente da Associação Nacional pela Implementação dos Direitos dos Animais (Anida), conta com um grupo fixo de dez pessoas que a ajudam a acolher as muitas dezenas de cães e gatos que ela encontra largados pelas ruas. Atualmente, ela dispõe de 50 bichos, entre cães e gatos, a maioria disponível para adoção.

“Sem dúvida, é muito melhor colocá-los na casa de um voluntário do que deixá-los num abrigo, onde muitas vezes o animais morrem. Estes acolhedores acabam criando uma corrente, ajudando a procurar um tutor para o animal. Isso sem contar que, muitas vezes, o lar provisório acaba virando definitivo porque o cuidador adota o animal”, diz Andrea Lambert, que atualmente tenta encontrar um tutor responsável para uma fêmea da raça buldogue francês.

Quem quiser adotar um dos animais abrigados em lares temporários pode entrar em contato diretamente com algumas das ONGs que fazem o controle da adoção. Confira os meios de achá-las:

Grupo de Assistência e Proteção Aos Animais (Gapa): www.gapaitaipava.org.br ou 24-2222-8419
Associação Nacional pela Implementação dos Direitos dos Animais (ANIDA): www.gatosdocampodesantana.kit.net, andrealambertvet@ gmail.com ou 9632-8115.

Fonte: O Globo

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