“Todos os cães e gatos encontrados soltos na rua e que forem capturados serão sacrificados. Está no Código de Postura do Município”, disse o secretário de Saúde de Ubajara (CE), Grijalma Parente Costa, ao justificar a matança, de uma só vez, de pelo menos 85 cães, capturados porque estavam soltos pelas ruas da cidade. Os animais foram sacrificados na tarde da última sexta-feira (13).
Os animais, capturados por uma equipe formada por agentes do Centro de Zoonoses de Tianguá e da Secretaria de Saúde de Ubajara, que não tiveram tempo de ser recolhidos pelo dono e que permaneceram no alojamento sofreram eutanásia, com injeção letal à base de cloreto de potássio, levando à morte sem dor.
A forma como os animais eram submetidos à eutanásia, todos amontoados em um dos galpões do parque de exposição deste município, chamou a atenção dos moradores, que resolveram denunciar. Os cães, segundo os denunciantes, eram sacrificados em questão de minutos para, em seguida, serem colocados na carroceria de um carro e levados até o lixão, onde foram incinerados e enterrados.
“Eles chegaram aqui no início da tarde e despejaram todos os cães nesta vala. Em seguida queimaram todos”, disse o catador de lixo, Francisco Luiz do Nascimento, que levou a reportagem do Diário do Nordeste até o local onde os cães foram cremados. Muitos moradores do Bairro São Sebastião, periferia da cidade, se sentiram revoltados com o trabalho do pessoal da carrocinha.
Grijalma Parente informou que a ação foi motivada por reclamação que partiu da própria comunidade, pois, devido à falta de alojamento para esses animais, muitos vivem perambulando e mendigando comida ou arrumando briga com outros animais, e a população se sente ameaçada. “A captura desses animais não é uma constante, isso depende de denúncia”, reforça o secretário de Saúde.
A dona de casa Rita Moreira, que teve seu cão apreendido pela equipe de capturas, se dizia indignada com a ação. “Eu não estava em casa, eles pegaram o cachorro na rua e levaram para o canil. Mandei meu filho ir lá buscar, mas eles disseram que teria que pagar R$ 4. Quando meu filho voltou para pegar eles já tinham matado o animal”, contou Rita.
Com informações do Diário do Nordeste