A área onde o navio naufragou, perto da ilha de Giglio, é um parque marinho conhecido por suas águas cristalinas e pela diversidade da vida marinha e dos corais.
O ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse nesta segunda-feira (16) que pode declarar situação de emergência à medida que começou um vazamento de material líquido do navio de cruzeiro Costa Concordia, que encalhou e tombou na costa oeste do país com 2,3 mil toneladas de combustível.
Os tanques de combustível do navio estavam cheios quando o navio naufragou na sexta-feira. Ele havia acabado de deixar o porto de Civitavecchia, ao norte de Roma, para um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo.
Clini disse que ainda não é possível confirmar se o vazamento é de combustível, mas adiantou que barreiras de proteção já estavam sendo instaladas ao redor da embarcação.
“O monitoramento continua tomando decisões com o objetivo de evitar os riscos ambientais”, disse Clini em entrevista coletiva.
As equipes de resgate retiraram seis corpos da embarcação e as autoridades afirmam que permanecem desaparecidos 16 dos 4.200 passageiros e tripulantes.
A área onde o navio naufragou, perto da ilha de Giglio, é um parque marinho conhecido por suas águas cristalinas e pela diversidade da vida marinha e dos corais. Ela também é mundialmente reconhecida como um excelente local para mergulho.
“O risco ambiental na ilha de Giglio é muito, muito alto”, acrescentou o ministro. “O objetivo é evitar o vazamento de combustível do navio. Estamos trabalhando para evitar isso. É urgente e o tempo está se esgotando.”
A embarcação de 290 metros de comprimento permanece sobre um banco de rochas submarinas com entre 15 e 20 metros de água. As equipes de resgate, porém, temem que ela deslize e caia de forma abrupta em águas muito mais profundas.
O navio deslocou-se no rochedo com a piora das condições meteorológicas nesta segunda-feira. Após uma breve suspensão, porém, os esforços de resgate foram retomados.
“Estamos agora na fase emergencial de tentar evitar a poluição”, disse o presidente e CEO da Costa Cruzeiros, proprietária do navio, Pier Luigi Foschique. Ele afirmou que o desastre ocorreu por “erro humano” do capitão.
O navio transporta combustível pesado. Por causa de sua densidade, é mais difícil de ser bombeado, a menos que seja aquecido ou diluído.
Grupos ambientalistas vêm pedindo há anos que os grandes navios sejam proibidos de se aproximar do arquipélago da Toscana, formado pelas ilhas de Giglio, Montecristo, Pianosa, Elba, Capraia e Gorgona.
“Essas monstruosas cidades flutuantes poluem o cenário com a sua presença e os rios, mares e cidades onde param com os dejetos que produzem”, afirmou a presidente nacional do grupo de conservação italiano Italia Nostra, Alessandra Motola Molfino.
“O desastre do Costa Concordia infelizmente prova a insustentabilidade do tipo de turismo que explora e maltrata a beleza e o patrimônio cultural da Itália e não produz nenhum crescimento nem bem-estar”, afirmou ela à Reuters.
Alessandra disse que manter os grandes navios distantes de áreas ambientalmente sensíveis seria de “bom senso”, já que a beleza natural da Itália é “um recurso fundamental” para a indústria do turismo.
Empresas especializadas estavam no local para tentar retirar o combustível após cercar a embarcação com uma barreira flutuante. A proprietária e a seguradora do navio solicitaram à empresa de serviços marítimos holandesa Smit que bombeie o óleo e execute a limpeza, caso ocorra um vazamento.
Fonte: Reuters