Por Kathleen Parker
Tradução Laura Dourado/ Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
O reino animal vai perder um dos seus maiores defensores quando Barack Obama deixar a Sala Oval, já que através de uma série de regulamentações administrativas críticas ele fez mais para proteger os animais do que qualquer outro presidente na história recente. A sua substituição por Donald Trump será um baque, e não só pelos seus filhos, conhecidos por caçarem animais exóticos, mas também devido ao mais recente anúncio sobre os integrantes de seu comitê de consulta da agricultura, composto por oponentes ativos em relação as políticas de proteção aos animais.
As fotografias que mostram Eric Trump e Donald Trump Jr. expondo animais mortos como troféus estão circulando pela internet há tempos. Em uma delas é possível ver os dois posando com um leopardo morto na África, em outra Trump Jr. segura o rabo de um elefante, que aparentemente ele teria acabado de cortar com a faca que está em sua outra mão; em uma terceira foto Trump Jr. descansa ao lado do corpo de um búfalo do Cabo e na quarta foto divulgada os irmãos sorriem entre os chifres de um antílope.
Se essas fotos tinham a intenção de capturar o orgulho masculino dos Trumps eles erraram feio. Quando perguntaram para Trump sobre o hobby sangrento de seus filhos o presidente disse que eles são excelentes atiradores, mas que particularmente ele prefere golfe e apenas coleciona mulheres como troféus.
Enquanto isso, Trump Jr. disse querer chefiar o Departamento do Interior dos Estados Unidos que, entre outras atividades, supervisiona a importação de troféus de caça. Sob a gestão de Obama, os troféus de elefantes vindos da Tanzânia e Zimbábue foram barrados e os leões africanos listados como ameaça. O que um aficionado por troféus de caça como Trump Jr. faria em relação a essas decisões?
Além disso, Trump pretende nomear para algum cargo Forrest Lucas, o fundador bilionário do Protect the Harvest, uma organização focada em lutar contra a Humane Society (pró-animais) e se opor a qualquer legislação que vise restringir as práticas cruéis aplicadas nos animais que são fontes de carne, ovos e laticínios.
Essas demandas pró-animais são vistas pela organização de Lucas como desnecessárias e restritivas para os negócios, limitando a liberdade e atacando a cultura “tudo para os americanos”. Lucas e sua companhia também lutaram contra o estabelecimento de que os maus-tratos maliciosos contra cachorros, gatos e cavalos fossem aprovados.
Também no comitê de Trump está o governador de Iowa, Terry Branstad, que foi o primeiro governador a aprovar a lei “Ag Gag”, penalizando pessoas que entrarem em granjas industriais para denunciar maus-tratos, dando assim a liberdade aos fazendeiros de lidarem com o bem-estar e segurança de seus animais como bem entenderem.
A patrocinadora do projeto, Annette Sweeney, ex-representante do Estado de Iowa e também uma republicana, é uma conselheira de Trump. Outro conselheiro é o ex-governador de Nebraska, Dave Heineman, que vetou o projeto que acabaria com a caça esportiva de leões da montanha e defendeu práticas em granjas industriais que muitos acham condenáveis, como o uso de gaiolas de bateria e caixas de gestação.
O conselheiro e fazendeiro Bruce Rastetter é possivelmente o candidato principal para o cargo de Secretário da Agricultura do governo Trump; seu irmão é o chefe executivo de uma companhia que constrói em grande escala instalações para porcos e caixas de gestação para porcas exploradas para reprodução. Bem-estar animal ou lucro nos negócios? Parece que não há dúvidas sobre a prioridade de Trump.