O que muitas pessoas ainda NÃO se deram por conta, é que o OCEANÁRIO por ser um “museu vivo” também é recurso de exploração animal, porque os animais não estão livres em seus habitats naturais com seu direito a ir e vir em seu ambiente, estão sim; aprisionados em mega aquários para simples deleite humano.
A vaidade antropocêntrica de domínio da natureza não mede esforços para ostentar luxuosos projetos, muito aquém da realidade do município. Mas tudo vale a pena, quando estão em jogo 140 milhões de reais (pelo menos o que foi anunciado na mídia), para isso não importa a estrutura de serviços como hospitais, moradia, acesso, segurança pública e também o nefasto efeito da poluição. Isso porque “gente”, traz e faz mais poluição.
O esgoto do Cassino e da cidade não recebe nenhum tipo de tratamento que é uma contradição do afamado desenvolvimento sustentável das plataformas eleitoreiras. Será que estes parâmetros estavam no seu projeto de construção?! E com certeza eles criarão vários níveis de ônus negativos (mas eles têm de serem escondidos e muito bem escondidos) diretos e indiretos para que a população aplauda e agradeça. Mas até então; muitos são os cooptados pelas promessas de progresso numa escala exponencial de benefícios compartilhados infantilmente por todos e todas. E assim esses mesmos todos e todas agradecem ou se calam!
Mas eu não, sou apenas UMA da turma dos CONTRAS, uma ampla minoria que avalia as sutilezas de expoliação do ambiente/vida de tais projetos, ditos sociais e ambientalmente corretos e bonitinhos aos olhares mais superficiais. Mas que só trazem benefícios monetários e status a uma minoria institucional. Porque quem perde com isso é o ambiente, é a vida aprisionada sob olhares atentos e curiosos num prazer voyeur.
Faço a devida adaptação da famosa frase de Tom Regan: “jaulas vazias”, como um apelo para que a humanidade tenha consciência da libertação animal assim como foi no passado recente, da abolição da escravatura. Assim pode-se dizer: “aquários vazios”, a vida não precisa estar aprisionada para ser enaltecida, a sua beleza está justamente quando ela está livre interagindo com o seu ambiente natural, exercendo a sua plenitude de liberdade (física, biológica e porque não, a espiritual).
Porque não investir num museu virtual?! Aliás; em todo o mundo vem crescendo museus virtuais onde ao invés de aquários, propriamente ditos, há a figuração de imagens reais do ambiente in natura. Neles, aparecem a perfeita comunhão dos seres com o seu habitat natural, sem a intromissão de olhares famintos de shows particulares e que são a expressão do mais profundo e famigerado ANTROPOCENTRISMO. Eis, o principal vilão que a educação ambiental de enfoque biocêntrico precisa transmutar.
A reaproximação do humano e natureza não se faz enjaulando ou fazendo uso de qualquer outra forma de prisão dos seus seres. Mas sim, pela compreensão e percepção dos seus modos de vida sem a mínima intromissão em seus ciclos e/ou processos vitais. Só assim ao respeito a uma existência plena em liberdade de vida do próximo não-humano, se começa a fazer educação.