Fátima ChuEcco/Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Quantas vezes uma única foto não foi capaz de mobilizar multidões no salvamento de um animal? Isso acontece praticamente todos os dias no caso de um acidente, abandono, maus-tratos, enfim, em situações de extrema urgência. No entanto, uma imagem cativante pode também salvar milhares de vidas. Foi pensando assim que o fotógrafo americano Michael Kloth dirigiu seu trabalho em abrigos de cães e gatos dos EUA e de outros países, afinal, em muitos desses abrigos ainda se induz os animais à morte em poucos dias ou semanas se não forem adotados.
E pior: ainda se usa a câmara de gás mesmo em países de primeiro mundo onde, inclusive, as leis contra maus-tratos a animais costumam ser mais rígidas que no Brasil. Um contra-senso: pune-se de forma mais severa quem maltrata animal, mas matam-se animais saudáveis todos os dias de uma forma terrível.
Mas Michael Kloth percebeu que uma bela foto pode fazer toda a diferença e publicou vários livros com encantadoras imagens de cães e gatos à espera de um lar e, por vezes, dependendo do abrigo, à espera da morte. No livro “Shelter Cats” (uma expressão usada para animais que vivem em abrigos), por exemplo, ele comenta que, por ano, entre 3 e 4 milhões de cães e gatos são induzidos à morte. Filhotes, animais adultos saudáveis, enfim, o critério básico em muitos locais é: se não for adotado, morre. Nesse mesmo livro ele comenta que menos de 5% dos gatos perdidos entregues em abrigos são reclamados por seus tutores e o destino deles, muitas vezes, também é a morte.
Mas as fotos feitas por Kloth deram uma segunda chance para muitos animais em diversos livros como “Shelter Dogs”, “Street Dogs” (Cães de Rua) e “Shelter Puppies” (Filhotes de Abrigos). Ao final das obras cada cachorro ou gato fotografado aparece numa miniatura que conta um pouco de sua personalidade fazendo com que as pessoas os conheçam melhor. No momento o fotógrafo está com o Projeto Exposição Perfeita em processo de financiamento coletivo. O slogan do projeto é “Lights, Camera and Adopt!” ou “Luzes. Câmera e Adote!”. O objetivo é arrecadar fundos para capacitar funcionários e voluntários de abrigos para fotografar os animais e, com isso, conseguir dar uma melhor impressão deles cativando adotantes.
O dinheiro servirá para as oficinas de capacitação, compra de equipamentos fotográficos e de iluminação, e construção de cenários. “Acredito que 15 minutos de fama podem transformar a vida de um animal de abrigo. Com esse projeto estaremos dando uma primeira impressão inesquecível desses animais e a chance de se tornarem a estrela de uma família. É uma forma de promover de forma eficaz esses animais. Em 2015 já conseguimos capacitar quatro abrigos e em 2016 esperamos atingir muito mais”, diz o fotógrafo. O projeto pode ser conhecido no link.
Imagens que derretem corações
Vários protetores de ONGs e também independentes já investem nessa fórmula criativa de apresentar os animais resgatados. Quanto mais nítida e interessante a foto, mais chances o animal tem de conseguir um lar – salvo quando a história de vida ou situação que ele enfrenta é mais forte que qualquer imagem bem produzida e, obviamente, chama mais a atenção. É preciso ter sensibilidade para descobrir qual ponto daquele animal é mais atraente, explorar seu olhar, suas poses delicadas ou engraçadas, criar cenários sugestivos ou temáticos e, claro, aprender técnicas para que as fotos fiquem bem focada e com iluminação adequada. Muitas vezes a prática leva a bons resultados porque as pessoas vão se dando conta do que funciona melhor na hora de fotografar. Abaixo estão alguns exemplos de Michael Kloth que fez do seu trabalho uma ferramenta para ajudar animais carentes.
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