Por Renan Hamann (da Redação)
Somente em 2012, universidades do Reino Unido foram responsáveis pela morte de 1,3 milhão de animais, todos utilizados em pesquisas. Entre esses, estão cerca de 1 milhão de ratos, 124 macacos, 10 cachorros e seis emus. Todos foram mortos em pesquisas médicas e veterinárias realizadas por universidades e institutos de pesquisa. A Universidade de Edimburgo é uma das principais responsáveis pelos altos números: 226.341 animais mortos. Completam o triste pódio: Oxford e Cambridge. As informações são do Daily Mail.
A história vai além: 226 mil peixes, 50 mil sapos e 4.250 pássaros foram utilizados para vivissecção — procedimento em que têm seus corpos abertos ainda com vida, para que os pesquisadores possam analisar o funcionamento de seus órgãos e reações de alguns produtos que estejam em desenvolvimento.
Grupos britânicos de defesa e bem-estar animal expressaram “desgosto” em relação aos números. Michelle Thew (CEO da União Britânica pela Abolição da Vivissecção (BUAV)) disse ao Daily Mail: “Os detalhes dessas pesquisas não apenas surpreendem, como também nos enojam”. Ela vai além: “Os testes envolvem forçar roedores a inalar fumaças tóxicas para investigar os efeitos disso em seus organismos. Induzir pequenos filhotes a situações de stress e várias outras ações que podem causar problemas mentais sérios na idade adulta”.
Prosseguindo em seu discurso, Thew dá informações bem interessantes: “Muitos membros do senso comum têm a ilusão de que todas as experimentações com animais são vitais para garantir benefícios à saúde humana”.
Outra pessoa a emitir opiniões sobre o assunto foi Andrew Tyler, diretor do Animal Aid. Ele relembra que as pesquisas com animais podem, muitas vezes, não ser confiáveis para a medicina humana. “Eu não acho que as pessoas saibam o que acontece dentro das universidade”, afirma Tyler, ao lembrar que pesquisas no Reino Unido já mostraram que 80% dos britânicos não gostariam de saber que seu dinheiro está sendo aplicado em pesquisas que envolvem a morte de animais.
Várias universidades se manifestaram em defesa da não abolição do uso de animais em testes. O Daily Mail cita vários exemplos de notas que foram enviadas pelas universidades britânicas. Em geral, elas não fogem do que já se espera de frases bem-estaristas: “Os animais são usados quando não há alternativas”; “Os animais são tratados com ótimas condições” e “Todos os processos de testes em animais são acompanhados por revisões éticas”.
Especismo
Como método de ensino, o uso de simuladores se mostra totalmente eficaz. Não é necessário submeter um animal à diversas torturas para que a didática seja adequada. Na verdade, os demais métodos se mostram até mesmo mais didáticos.
“Para cada instância em que animais vivos são utilizados, existem métodos que podem ser usados com simuladores com valor educacional equivalente ou superior” disse John Pippin, diretor de assuntos acadêmicos do Comitê Médico pela Medicina Responsável, que acrescentou, “abusar e tirar a vida de um animal é algo antiético”.
Os avanços da tecnologia e a disponibilidade de sofisticados simuladores baseados em humanos, tornam cada vez mais difícil para as instituições de ensino que ainda utilizam animais, continuarem a defender a prática de ferir e destruir os animais.