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História de Gucci, o cão que revolucionou as leis nos EUA, será contada em filme

9 de julho de 2014
4 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: One Green Planet
Foto: One Green Planet

A história do cão Gucci é, infelizmente, muito familiar. Em 1994, ainda filhote e vítima de uma crueldade, Gucci foi pendurado pelo pescoço e lançado ao fogo por um grupo de homens. Após ouvir os gritos do cachorro de sua varanda, Doug James foi resgatá-lo e salvou a sua vida.

Sofrendo de severas queimaduras e de um trauma indescritível, era pouco provável que Gucci chegaria vivo ao dia seguinte, mas ele conseguiu. Desde aquele dia, Gucci e Doug James tornaram-se um par inseparável em uma missão pelo fim da crueldade no estado do Alabama e, é claro, um dia, em todo o mundo. As informações são do One Green Planet.

James trabalhou incansavelmente para que os agressores de Gucci fossem punidos por seus crimes. No entanto, uma vez que é dada muito pouca proteção aos animais de acordo com a lei, sendo eles considerados propriedades e não personalidades, a sentença para os ofensores atingiu pouco mais que “um puxão de orelha”.

Claramente, algo precisou ser feito para assegurar que nenhum outro animal jamais devesse sofrer o que passou Gucci com pouco mais de dois meses de idade. James procurou legisladores locais para fazer com que o abuso a animais domésticos passasse a ser tratado como crime. Chamada “Lei de Gucci”, o texto legislativo aprovado no ano 2000 revolucionou a maneira como o Alabama e o restante dos Estados Unidos iriam considerar o abuso animal daquele momento em diante.

A então nova lei determinava que atos de crueldade contra cães ou gatos poderiam gerar uma pena de até 10 anos de prisão, mais uma multa de U$5,000.

A história de Gucci cativou a opinião pública em meados dos anos 90, mas essa história brilhante ressurge agora graças ao cineasta Gorman Bechard.

A dog named Gucci. Foto: Facebook
A dog named Gucci (Foto: Facebook)

O abuso a animais domésticos raramente era considerado um problema no passado. Mas os crimes continuam: estima-se que mais de um milhão de animais sejam abusados nos Estados Unidos a cada ano, apesar de haver sentenças incriminando tais atos em mais de cinquenta estados.

A história de Gucci e James é mais que um simples conto de um homem e seu amor por um cão; ela reflete a necessidade sempre presente dos humanos prestarem atenção ao modo como tratam os seus animais na sociedade e de serem responsabilizados pelos maus-tratos.

O abuso aos animais tem sido estreitamente relacionado a outras formas de abuso social, como a violência doméstica. Mudar a forma como se trata os animais pode transformar o modo como se entende a violência em toda a sociedade, e impulsionar uma real e positiva mudança para todos os seres vivos.

Foto: OGP
A dog named Gucci (Foto: Facebook)

“A Dog Named Gucci” (“Um cão chamado Gucci”) é um documentário que analisa a história das leis contra o abuso a animais nos Estados Unidos. Olhando para essa importante questão através do enquadramento da história de Doug James e Gucci, Bechard escava entrevistas com veterinários que atenderam Gucci e muitos legisladores envolvidos na aprovação da “Lei de Gucci”. Ao refazer o percurso do homem simples que foi capaz de mudar as leis no Alabama – como a primeira peça de um jogo de dominó que desencadeou a mudança de todo um país – Bechard destaca o quão longe nós já chegamos, e também o quanto ainda temos para evoluir

O filme está na fase final de produção, e Bechard descreve que a recepção inicial foi altamente positiva. “Os que viram o primeiro corte do filme ficaram muito entusiasmados”, explica o  diretor. “É um filme que toca extremamente o nosso emocional. Eu vi lágrimas, raiva, e pessoas relatando a vontade de abraçar o seu próprio cão”.

Para saber mais sobre o filme, visite a página no Facebook e o site.

Com a história de Gucci, fica a mensagem de que qualquer pessoa pode se tornar um agente transformador de cenário e de leis para ajudar os animais.

Gucci faleceu aos 16 anos de idade, no dia 28 de março de 2010, conforme publicado pela ANDA.

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