Por João Rodrigues Filho / Redação ANDA
O litoral do nordeste brasileiro é uma das regiões mais visitadas do mundo. Milhões de turistas são atraídos todos os anos por suas incontáveis e maravilhosas praias.
Infelizmente, uma pequena parcela aproveita a estadia para explorar a fauna local. Não são poucos os relatos, mas uma das “atrações” é peculiarmente bizarra.
Na praia do Cumbuco, em Caucaia (CE) a 15 quilômetros de Fortaleza (CE), turistas pagam para montarem em jegues pintados nas cores de onças e zebras. Além disso, muitos deles são vistos paramentados ou puxando carrinhos que vendem alimentos, bebidas e todo tipo de mercadoria na beira do mar.
Esses animais são mantidos sob sol escaldante durante todo o dia, com alimentação e hidratação precárias e, mais que isso, expostos ao ridículo. No verão, a sensação térmica na areia chega a 50 graus.
Ao extrapolar direitos e invadir a seara moral dos animais, reforçam não só a subjugação da espécie humana sobre as demais, mas fomentam um mercado que impede que a cultura e parcela da comunidade local desenvolva-se.
Trata-se da prática banalizada e rotineira do crime de maus-tratos. Seja pelo calor, pelo excesso de trabalho, pela tintura potencialmente tóxica, pela fome e sede, sem falar na monta em si.
Os fatos já foram levados ao conhecimento do Batalhão de Polícia Militar Ambiental e um Boletim de Ocorrência foi registrado por ativistas no 31º Distrito Policial. A expectativa é que o Ministério Público Estadual assuma o caso e determine a apreensão dos animais em situação de maus-tratos, comprovados mediante parecer de médico veterinário.
Obviamente, os tutores dos animais, que deviam zelar por eles mas se locupletam dessa prática ilícita, são os responsáveis legais pelo abuso e deverão arcar com prejuízos e punições.
Contudo, aquele que financia é o verdadeiro infrator moral, a se assenhorar dessa prática abominável que em nada enriquecerá o álbum de fotos da viagem, tampouco renderá uma boa história para contar.