Por Natalia Cesana (da Redação)
Uma pequena, mas importante vitória para os animais: os macacos destinados à experimentação não serão mais enviados aos laboratórios da regional italiana da Harlan, multinacional americana que “fornece produtos e serviços cuja finalidade é o cuidado humano e o uso de animais em pesquisas”, localizada em Correzzana, norte do país. E os 104 animais que já estariam no local também não serão mais enviados à uma empresa farmacêutica que iria usá-los em pesquisas científicas. Este foi o acordo a que chegaram Michela Brambilla e o presidente da Harlan, David Broken, depois de meia hora de conversa pelo telefone. As informações são do portal greenme.it
Brambilla, ex-ministra do Turismo, conseguiu, depois de um longo convencimento, a entrar nos pavilhões de Correzzana acompanhada por três seguranças, para efetuar uma inspeção e obter o telefone da Harlan americana, localizada em Minneapolis.
“Os animais estavam em boa saúde, mas não é este o ponto. Mesmo que o criadouro respeite as leis italianas, não estará nunca de acordo com a nossa consciência e com o nosso senso ético. Estas práticas precisam cessar e estão com os dias contados graças às leis da região da Lombardia que o Parlamento está prestes a aprovar”, falou.
Depois de ter assegurado que outros macacos não serão enviados, Broken se encontrará com Brambilla. “Na sexta-feira nos encontraremos pessoalmente em Correzzana, mas ele já me garantiu que aqui não chegarão mais macacos destinados à pesquisa, nem aqueles que se encontram aqui nem encomendados. Os animais estão a salvo, mas este é apenas um resultado preliminar”, conclui a ex-ministra.
Apesar do acontecimento, as pressões não podem esmorecer. A Lombardia, por exemplo, está prestes a votar uma lei regional que proibirá em toda a região a criação de primatas, além de gatos e cães, com finalidade científica. Deste modo, Harlan e Green Hill não mais tirarão proveito dos animais.
Mas ainda são muitas as perguntas que ficaram sem resposta. Os macacos capturados de seus habitat serão levados para onde? O que está por trás da inesperada rendição da multinacional? E se em vez de pararem na Itália, os macacos tomassem outros rumos?
Em suma, apesar de ainda ser cedo para cantar vitória, este caso jogou os holofotes sobre a experimentação animal, salientando que a melhor forma de interromper tal prática é questioná-la no nível legislativo.