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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Zimbábue transporta 2,5 mil animais selvagens para salvá-los de seca extrema

Mudanças climáticas superaram caça como maior ameaça, dizem autoridades.

3 de setembro de 2022
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Leão repousa na reserva Savé Valley, no sul do Zimbábue – svc__official/Reprodução/Instagram

Zimbábue começou a transportar nesta semana mais de 2500 mil animais do sul para o norte do país. O objetivo é protegê-los da seca causada pelas mudanças climáticas, que nos últimos tempos superou a caça como maior ameaça à vida selvagem no país, segundo as autoridades.

De acordo com reportagem da agência de notícias Associated Press, cerca de 2 mil impalas (um tipo de antílope), 400 elefantes, 70 girafas, 50 búfalos, 50 gnus, 50 zebras, dez leões e dez cães selvagens estão entre os animais que estão sendo levados da reserva Savé Valley para três outros santuários naturais no norte, Sapi , Matusadonha e Chizarira, num trajeto de cerca de 700 quilômetros.

Este não é o primeiro projeto de captura e transporte de animais vivos da África Austral de que se tem notícia. Há cerca de 60 anos, entre 1958 e 1964, a Operação Noé resgatou mais de 5000 mil animais ameaçados pelo aumento do nível da água do rio Zambezi depois da construção de uma barragem de hidrelétrica no local.

Desta vez, foi a queda dos níveis da água que levou à necessidade de transportar os animais. Porta-voz dos Parques Nacionais do Zimbábue e da Autoridade de Gestão da Vida Selvagem, Tinashe Farawo explicou à AP que a seca prolongada faz com que os animais destruam o próprio habitat e os torna um perigo a eles mesmos, além de uma ameaça para os povoados vizinhos, já que é para lá que os animais vão em busca de comida quando não há mais opções na floresta.

Manada de elefantes chega ao Parque Kasungu, no Zimbábue — Foto: Reprodução/Instagram African Parks Network

Farawo chegou a acrescentar que, outra forma de lidar com a questão seria matando os animais, mas graças a luta e a defesa dos ativistas pelos direitos animais, essa medida cruel não é mais utilizada. A última autorização do tipo no Zimbábue data de 1987.

Os efeitos das mudanças climáticas —causa de eventos extremos como secas e ciclones, segundo a comunidade científica—, têm sido especialmente perceptíveis pelo globo nos últimos meses.

Em todo o continente africano, parques nacionais registram chuva abaixo da média. Autoridades afirmam que a seca ameaça sobretudo espécies como rinocerontes, girafas e antílopes, uma vez que reduz a quantidade de alimento disponível.

A situação se repete no hemisfério Norte. Na Inglaterra, por exemplo, os termômetros passaram de 40°C pela primeira vez na história no mês passado, e o governo decretou estado de seca em metade do país. Além disso, países como Portugal, Espanha e França têm sido palco de incêndios florestais.

Com informações de: Folha de SP

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