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Vídeos “fofos” podem condenar animais silvestres à extinção, diz estudo

13 de agosto de 2013
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação
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Vídeos de gatos, cachorros e outros animais domésticos são um hit na internet. Mas, quando a atração passa a ser uma espécie exótica ameaçada de extinção, a imagem “fofa” pode ser letal. É o que indica um novo estudo publicado na revista científica Plos One, que associa a proliferação de vídeos domésticos feitos com animais em risco de extinção ao aumento da exposição dessas espécies ao comércio ilegal.

Exemplo disso é o vídeo publicado no Youtube em 2009 que mostra um “lóris-preguiçoso” (Nycticebus), chamado Sonya, recebendo carinhos na barriga. O vídeo, que baliza o estudo, foi compartilhado centenas de vezes, reproduzido em sites e replicado até por celebridades em redes sociais.

De acordo com o estudo, a fama online tem um lado sombrio: ela amplia a percepção pública dessa espécie de primata em extinção como animais domésticos ideais, o que promove ainda mais o comércio ilegal – ainda que de maneira indireta.

Outros vídeos similares com lóris-preguiçosos, que se tornaram virais na rede, também ajudam a introduzir esses primatas a uma grande parte da sociedade que normalmente não entraria em contato com eles.

Foto: Divulgação
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A pesquisa ressalta que apesar do Youtube ser, em parte, policiado pelo público – é possível, por exemplo, denunciar vídeos como “abuso animal” –, nenhuma opção está disponível para os telespectadores denunciarem materiais que retratem animais tutelados ilegalmente.

“Com essa capacidade de atingir o público, os recursos da Web 2.0, como o YouTube estão entre os meios mais poderosos para aumentar a conscientização da conservação. […] Ao mesmo tempo, as imagens apresentadas pelos meios de comunicação podem ter efeitos nocivos se os espectadores não sabem o contexto”, diz o texto.

E o contexto em questão é brutal. Os primatas são transportados por centenas de quilômetros de seus habitats naturais na China, Vietnã, Laos e Camboja, para serem vendidos em feira clandestinas. Eles são transportados em condições precárias, que podem afetá-los fisicamente, e têm os dentes arrancados para se tornarem aptos para tutela.

Os pesquisadores analisaram a repercussão do vídeo ao longo de 33 meses. Nos meses iniciais, um quarto dos comentaristas manifestaram interesse em ter um lóris como um animal doméstico, mas a medida que a fatos sobre sua conservação e ecologia se tornaram mais disseminados na mídia e por outros comentaristas, este interesse caiu significativamente, sublinha a pesquisa.

Fonte: Exame

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