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Vídeo revela a crueldade por trás da gelatina à base de pele de burros e jumentos

17 de maio de 2019
2 min. de leitura
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Por David Arioch

As imagens foram registradas em matadouros regulamentados no Quênia, na África (Foto: PETA)

A organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA) divulgou hoje um vídeo que revela a cruel realidade por trás do comércio chinês de ejiao, uma gelatina obtida a partir do cozimento da pele de burros e jumentos.

As imagens foram registradas em matadouros regulamentados no Quênia, na África, mas poderiam ser em qualquer outro lugar que abate burros e jumentos que servirão de matéria-prima para a indústria chinesa de ejiao, segundo a PETA.

Por ano, cerca de quatro milhões de burros e jumentos são mortos para a produção da gelatina que é utilizada em bebidas, doces e na medicina chinesa. Metade desse total é proveniente de outros países, incluindo não apenas o Quênia, mas também o Brasil.

Nos últimos anos, o Quênia abriu três matadouros para o abate de asnos. Os animais, comprados de países como Etiópia, Tanzânia e Uganda, são colocados em caminhões e obrigados a suportarem viagem de até dois dias sem comida e água até o momento do abate.

Mas o vídeo que a PETA registrou vai muito além disso. Mostra a violência explícita que burros e jumentos vivem antes mesmo do abate. No caminho para o matadouro, há asnos que não resistem à viagem e morrem.

Em uma das cenas, um dos animais, já bastante debilitado, não consegue se levantar. Então eles o chutam e o deixam para morrer. Outros são agredidos com um instrumento de ferro.

Exploração dos jumentos no Brasil

No Nordeste brasileiro, com a modernização dos meios de produção e da postulação de que já não há espaço para os jumentos, surgiram mais matadouros – um triste fim para um animal explorado no Brasil desde 1534, quando chegou a primeira leva de asininos.

Ignora-se que jumentos são animais que vivem em média 25 anos, mas que em determinadas condições podem chegar a 40 anos. No Brasil, o que favorece o cenário de abate de jumentos é a crença de que quando esse animal se torna desnecessário como “instrumento de trabalho” ou se torna “fraco”, não há problema em abandoná-lo ou vendê-lo para algum matadouro.

Em 1977, Chico Buarque já cantava sobre a cruel realidade servil desse animal na música “O Jumento”: “Jumento não é o grande malandro da praça. Trabalha, trabalha de graça. Não agrada ninguém. Nem nome não tem…”

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