Uma fêmea de tatu-canastra foi encontrada morta na beira de uma rodovia em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, no dia 25 de janeiro. A necropsia realizada pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas) revelou que o animal, que está ameaçado de extinção, tinha fraturas na carapaça e coluna, indicando que a morte foi por atropelamento. O caso foi divulgado na última quarta-feira, 07.
Segundo Arnaud Desbiez, presidente do Icas, uma das melhores maneiras de prevenir que carros colidam com animais nas estradas é a instalação de passagens de fauna, ou seja, uma passagem subterrânea ou suspensa onde apenas animais podem passar. Já foi provado cientificamente que os tatus-canastra utilizam esse tipo de passagem.
“Não é comum encontrar tatu-canastra atropelado porque a espécie é extremamente rara, até mesmo nos ambientes de ocorrência natural mais conservados. Provavelmente, essa fêmea estava se deslocando entre fragmentos de Cerrado em busca de alimento e acabou atravessando a rodovia”, explicou Desbiez.
A maior espécie de tatu no mundo é o tatu-canastra, que está presente em toda a América do Sul, mas com uma baixa densidade populacional. A fêmea adulta só atinge a maturidade sexual quando tem entre sete e nove anos. A gestação é de cinco meses e ela tem apenas um filhote por gravidez, por isso esse animal é tão raro.
No Pantanal, os tatus dessa espécie ocupam uma área de em média 25 quilômetros quadrados durante sua vida, espaço considerado grande. É um animal que costuma se deslocar no período da noite, horário com maior número de atropelamentos.
O tatu-canastra está ameaçado de extinção, classificado como “vulnerável” na a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.