(da Redação)
Na madrugada do último sábado (07) a Polícia Ambiental de Vila Velha (ES) foi acionada e recebeu uma denúncia sobre a intervenção de algumas pessoas enquanto uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriaácea) se encontrava na areia para desova.
Quando a equipe da Primeira Companhia Ambiental de Cariacica chegou ao local, havia cerca de 30 pessoas aglomeradas, fotografando e tocando no animal. Os policiais, primeiramente, solicitaram que as pessoas mantivessem distância, fizessem silêncio e não fotografassem com uso de flashes.
O sargento que atendeu a ocorrência, Evandro Furtado, disse que a tartaruga aparentava pesar mais de 350 quilos e se desorientava com as luzes dos postes, indo cada vez mais em direção à avenida.
Ainda segundo Furtado, a presença da Polícia Ambiental foi de extrema importância, pois foi montada uma barreira artificial para que o animal evitasse chegar a tal destino, e, também, porque afastaram os vários curiosos que estavam no local, muito próximos à tartaruga. “Fizemos o isolamento para que ela pudesse seguir a rotina natural e cerca de uma hora depois ela se dirigiu ao mar, fizemos o acompanhamento de seu retorno até que, com segurança, tomasse o seu destino”, relatou.
Segundo Jordana Borini Freire, bióloga do Projeto Tamar, a aproximação das pessoas afugenta a tartaruga e a urbanização não traz boas condições e lugares para que as fêmeas depositem seus ovos. Sobre a iluminação e o contato do toque, ela afirma: “devemos levar em consideração que tudo que é desconhecido para o animal é interpretado como ameaça, predador, então a reação será retornar para o mar”.
Indicação
A indicação é que, caso se deparem com uma situação como essa, as pessoas mantenham distância do animal e fiquem em silêncio.
Quando a tartaruga começa a desova, ela entra em estado de torpor, quando os técnicos do Tamar fazem a biometria, checam se a fêmea já está anilhada e se possui marcas que indiquem interação com pesca.
A Dermochelys coriacea é a maior espécie e a mais rara tartaruga marinha do mundo, podendo chegar a dois metros de comprimento de casco e pesar 500 quilos. Se alimenta, basicamente, de águas vivas e habita em zona oceânica e o principal local de desova regular desta espécie é o norte do Espírito Santo.