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AMEAÇADA DE EXTINÇÃO

Tartaruga rara com 225 kg é encontrada morta no litoral de Santa Catarina

Exames mostraram que o animal sofria de palidez renal grave, mas não conseguiram apontar a causa da morte por conta do estado avançado de decomposição do corpo

31 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Projeto de Monitoramento de Praias/Divulgação/ND

Uma tartaruga-de-couro, conhecida popularmente como tartaruga-gigante, foi encontrada morta na última semana no litoral de Santa Catarina. Pesando 225 kg, o animal marinho considerado raro em regiões costeiras encalhou na praia do Perequê, em Porto Belo.

Trata-se da sétima tartaruga da espécie a ser encontrada entre Barra Velha e Governador Celso Ramos, região monitorada por equipes do campus de Penha da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). As tartarugas-gigantes estão criticamente em perigo de extinção, segundo lista do Ministério do Meio Ambiente.

O corpo do animal marinho foi retirado da praia na última quinta-feira (19) e encaminhado para a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos, em Penha, onde foi submetido à exame de necrópsia. De acordo com Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), responsável por monitorar a região, a tartaruga já estava em estado avançado de decomposição, o que indica que a morte já havia ocorrido há dias.

Uma tartaruga-de-couro, também conhecida como tartaruga-gigante, foi encontrada encalhada na praia do Perequê, em Porto Belo, Litoral Norte de Santa Catarina, na última quinta-feira (19). Esse já é sétimo indivíduo desta espécie registrada na região monitorada pela Univali de Penha, entre Barra Velha e Governador Celso Ramos, de acordo com o PMP-BS (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos).

Após exames, ficou constatado que o animal era um macho que já havia passado pela fase juvenil, mas ainda não possuía características típicas de um adulto – como o tamanho da cauda e da carapaça – e, por isso, é considerado um subadulto. Marcas no corpo que pudessem indicar acidentes com embarcações ou interação com redes de pesca – comuns em toda a costa brasileira – não foram encontradas pelos especialistas.

Foto: Projeto de Monitoramento de Praias/Divulgação/ND

E embora o exame de vísceras tenha sido afetado pelo estágio avançado de decomposição do corpo, fragmentos de exoesqueletos de crustáceos foram encontrados na triagem do trato gastrointestinal do animal, o que indica que a tartaruga estava conseguindo se alimentar em alto mar.

A análise apontou ainda palidez renal grave, o que pode estar relacionado a um processo degenerativo renal, e um edema subcutâneo característico de distúrbios renais. Entretanto, segundo informações apuradas pelo portal ND+, não foi possível confirmar a causa da morte da tartaruga devido ao processo de autólise – isso é, um fenômeno natural do organismo que consiste na destruição ou no aniquilamento dos tecidos e células que se encontram no próprio corpo.

Tartaruga-de-couro

Com aparições raras em regiões costeiras, as tartarugas-de-couro costumam se aproximar das praias apenas durante a fase de desova, quando cavam ninhos na areia para depositar os ovos. Essa ação ocorre durante o período reprodutivo.

O litoral norte do estado do Espírito Santo é a região brasileira que detém a maior quantidade de ninhos da espécie. Quando adulta, a tartaruga-de-couro pode medir mais de 1,90 metro de comprimento e pesar até 500 quilos, por isso é conhecida popularmente como tartaruga-gigante, sendo uma das cinco espécies de tartarugas marinhas que habitam o Brasil.

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