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Tanzânia e Zâmbia são acusadas de laxismo na proteção de elefantes

17 de fevereiro de 2010
2 min. de leitura
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Um novo relatório incriminador da ONG Animal Rights Africa (ARA) acusa a Tanzânia e a Zâmbia de demonstrar laxismo (doutrina que restringe excessivamente a obrigação moral) na proteção dos elefantes, comprometendo a sobreviência desta espécie no continente.

A Tanzânia e a Zâmbia vão pedir a autorização de dispor dos seus estoques de marfim durante a 15ª Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas (CITES), que se realizará em março próximo em Doha, no Qatar.

Este relatório, divulgado nesta terça-feira (16), pela ARA, um lobby internacional para a defesa dos animais, indica que a caça furtiva dos elefantes se pratica com frequência na maior reserva animal da Tanzânia, Selous, fronteiriça do sul de Moçambique.

“Atualmente, a Tanzânia está no centro do massacre internacional para o marfim”, indica o relatório que evoca a possibilidade de um debate acalorado antes e durante a conferência de Doha, de 13 a 25 de março próximo.

A Tanzânia e a Zâmbia prepararam propostas para a passagem das suas populações de elefantes do Anexo I para o Anexo II da lista das espécies ameaçadas de desaparecimento, no âmbito da qual um comércio limitado de algumas espécies é autorizado no quadro dos regulamentos da CITES.

O Anexo I é um catálogo das espécies designadas como ameaçadas de extinção, cujo comércio está proibido, enquanto no Anexo II, um comércio limitado é autorizado em circunstâncias particulares.

Estas duas áreas de repartição dos elefantes vão ser autorizadas a trocar entre si aproximadamente 120 toneladas de marfim por ano (comparado a 113 toneladas atualmente), além de se dedicar ao comércio de diversas espécies de animais vivos.

O relatório sublinha que o “nível atual da caça furtiva para o tráfico do marfim já é devastador e está aniquilando as populações de elefantes na África”.

A ARA receia que, se as novas propostas da Tanzânia e da Zâmbia forem aceitas, irão agravar o massacre dos paquidermes.

“As vendas de marfim vão encorajar a caça furtiva e qualquer autorização de comércio, mesmo com vendas intermitentes, vai contribuir para dissimular o tráfico, tanto nos países compradores como nos vendedores”, alerta o relatório.

Os países que apoiam a Tanzânia e a Zâmbia são os do bloco comercial da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), dos quais a Namíbia e a África do Sul já apoiam as propostas de vender o marfim ao Japão e à China.

Seis países africanos, Gana, Quênia, Libéria, Mali, Serra Leoa e República do Congo, propuseram um novo acordo a fim de que não haja propostas de comércio de marfim durante 20 anos de nenhum país africano.

Fonte: Angola Press

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