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DIFICULDADE

Superlotação em ONG de proteção animal de Balneário Camboriú (SC) causa morte de animais

Espaço, que tem capacidade para cerca de 300 animais, está com quase 600 neste momento

17 de dezembro de 2022
3 min. de leitura
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Local passa por superlotação e precisa de ajuda da comunidade – Foto: ONG Viva Bicho/Reprodução/ND

ONG Viva Bicho, que realiza o resgate de animais em vulnerabilidade em Balneário Camboriú (SC) e na região do Litoral Norte do Estado, está em uma situação triste e desafiadora. O espaço está superlotado, o que tem ocasionado diversos problemas e até mortes de animais.

A entidade vem alertando a comunidade e a prefeitura de Balneário Camboriú sobre a situação há semanas. A ONG realiza o atendimento de animais resgatados, abandonados ou em situação de vulnerabilidade.

número elevado de animais dificulta os cuidados por parte dos funcionários e voluntários. No momento, o local dispõe de um tratador para cada 100 animais.

Por conta da superlotação, as brigas entre animais também se tornaram frequentes, e fizeram com que três animais perdessem a vida.

“Essas mortes por briga de pátio na grande maioria são por remanejamento, por falta de espaço. A realidade é essa”, afirma a voluntária patrícia Debrassi.

Ainda que os fogos de artifício, assim como os barulhos causados por uma pedreira próxima ao local da ONG assustem os animais, e possam prejudicar a convivência, ela esclarece que essa não seria a causa das mortes dos bichinhos, como afirmado pela prefeitura.

Além dos animais que infelizmente faleceram após as brigas, outros ainda estão em recuperação, com diversos machucados.

Patrícia conta que após as publicações nas redes sociais expondo a situação, a comunidade tem colaborado bastante para melhorar as condições do espaço.

Foram doados materiais de limpeza e reestruturação para os canis. Ela explica, contudo, que muitas vezes o que falta é mão de obra para que os canis sejam reformados e reestruturados.

Além da doação dos materiais, a ONG também precisa de voluntários para fazer este trabalho, melhorando a estrutura que acolhe os animais.

Outro importante para solucionar a superlotação é a adoção responsável por parte da comunidade. Muitos animais por serem mais velhos, de maior porte, ou serem portadores de alguma deficiência acabam não sendo adotados e ficam aos cuidados da ONG.

A adoção, assim como conscientização da comunidade na hora de adquirir e cuidar de novos animais, é essencial para evitar momentos de superlotação, como o enfrentado agora.

O que diz a prefeitura

A Secretária do meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Furtado Lenzi, explica que o município, através do programa Abraço Animal, reverte mais de R$ 1,2 milhão por ano para a ONG Viva Bicho, além dos valores revertidos em serviços ambientais tais como as diversas obras de melhorias feitas nos últimos anos no abrigo.

Este valor é revertido para a manutenção do abrigo, pagamento de funcionários, castração, atendimento veterinário e compra de ração.

A prefeitura também afirma quel dá todo apoio no resgate de animais em situação de vulnerabilidade, assim como realiza ações de educação ambiental nas escolas e comunidade para guarda responsável.

“A ONG Viva Bicho e o poder público não podem acolher todos os animais abandonados, fruto da irresponsabilidade das pessoas, inclusive de outras cidades que se aproveitam das ações aqui desenvolvidas para abandonar animais em Balneário Camboriú” afirma a nota da prefeitura.

O município ainda afirma que é necessário conscientização por parte da população para não abandonar animais, fazer a castração, manter animais com coleiras de identificação e adoção.

Sobre a situação atual de superlotação do abrigo, a nota diz que “infelizmente é fruto da negligência humana que persiste em não castrar seus animais e abandonar por motivo fútil, e as consequências quem arca são os animais que acabam confinados em abrigos, muitas vezes não adotados e passando a vida toda em ONGs”.

A prefeitura afirma que as mortes aconteceriam por conta das queimas de fogos de artifício, que agitam os cães, provocando brigas e as fugas.

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