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Sumiço de animais domésticos em Campo Grande (MS) pode ser criminoso

13 de agosto de 2013
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Isabel Cristina acha estranho o sumiço do cão, mas não fez B.O. (Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado)
Isabel Cristina acha estranho o sumiço do cão, mas não fez B.O. (Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado)

Considerados verdadeiros membros da família, os animais causam desespero e angústia entre seus familiares quando desaparecem sem deixar vestígios. Há mais de dois meses procurando Ferrugem, um poodle toy de cinco anos de idade, a comerciante Isabel Cristina Matias, 42 anos, ainda sofre com a saudade e o luto pelo animal desaparecido.

Isabel tem indícios que levam a acreditar que o seu cãozinho foi sequestrado. “O Ferrugem sempre ficava na frente da minha loja deitado na calçada. Os vizinhos viram ele sendo atraído por algumas crianças e alguns instantes depois, ele sumiu”, relata, com nó na garganta. Descrente da ajuda policial, Isabel não registrou boletim de ocorrência. “Conheço pessoas que fizeram B.O. e não resolveu em nada”, alega. Junto com sua família, seus quatro filhos e marido, a comerciante divulga fotos de Ferrugem em páginas da internet pedindo informações do paradeiro do cachorro.

De acordo com Priscila Arraes Reino, advogada voluntária da Abrigo dos Bichos, existem diversos casos em que o desaparecimento do animal parece ter sido causado por espécie de sequestro. Ela recomenda que o tutor faça boletim de ocorrência. “A pessoa pode denunciar, fazer um boletim de ocorrência. Mas não será considerado sequestro, mas sim um furto”, diz. “Para a Justiça, o animal é tido como um bem, propriedade, e não uma pessoa. É como se tivessem pegado um carro, uma carteira sua”, explica.

Priscila acredita que a lei deve evoluir nesse sentido. “A gente criou uma relação com o animal e a lei ainda não acompanhou essa evolução do nosso sentimento. A lei ainda está nos tempos em que as pessoas tinham relação de propriedade com o animal”, diz.

Segundo Michel Neves, da comunicação da Polícia Civil de Campo Grande (MS), são raros os casos de registro de boletim de ocorrência informando desaparecimento de animais domésticos. “Não há estatística nesse sentido, até porque são poucos casos registrados”, diz. Neves ressalta que a pessoa deve fazer o B.O. Em outras capitais brasileiras, já são frequentes os sequestros de animais.

As ocorrências servem de alerta para os campo-grandenses. “As pessoas acham que Campo Grande ainda é uma cidade pequena, mas não é mais. Os tutores não podem deixar os animais passearem sozinho, e devem tomar cuidado para eles não pularem o portão. Isso pode acontecer com qualquer um de nós”, alerta Priscila, do Abrigo dos Bichos. “É importante ter a coleira de identificação, até porque na maioria das vezes quem encontra o animal tem boa fé e tenta devolver ao tutor”, ressalta.

Fonte: Correio do Estado

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