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DESSERVIÇO

Senador entra a cavalo no Congresso da Colômbia após prédio permitir entrada de animais

29 de setembro de 2022
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução

O senador direitista da Colômbia Alirio Barrera, num ato de desrespeito aos animais e aos direitos conquistados pela causa animal, entrou a cavalo no Congresso do país na última terça-feira (27/09), dias após o presidente da Casa determinar que o prédio passaria a ser “animal friendly”, ou seja, que os parlamentares poderiam levar seus animais domésticos para o local.

As imagens do senador cruzando a praça Bolívar e subindo os degraus da entrada do Legislativo com o cavalo foram amplamente compartilhadas nas redes sociais e repercutidas pela imprensa colombiana. Muitos colegas do senador criticaram sua iniciativa.

Barrera estava vestido de chapéu e poncho e deu entrevistas antes de entrar no Congresso, dizendo que não tinha certeza se o deixariam entrar, o que acabou acontecendo, mas pela entrada dos fundos.

“O senhor presidente do Senado disse que poderíamos trazer nossas mascotes. Uns têm gatos, cachorros. Eu tenho meu cavalinho”, disse à rádio RCN.

No último dia 20 de setembro, o governista Roy Barreras, que chefia a Casa, fez o anúncio tendo um cachorro preto no colo e segundo a imprensa colombiana, foi batizado de Covid, por ter sido adotado durante a pandemia.

Filiado ao partido Centro Democrático, o mesmo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), Barrera é da oposição ao atual chefe do Executivo, Gustavo Petro. Ele foi governador do departamento de Casanare, no qual as atividades rurais têm forte peso econômico, e chegou a se lançar pré-candidato à Presidência.

Nessa terça, o próprio parlamentar chegou a compartilhar uma série de imagens da empreitada nas redes sociais, em uma delas, ele aparece limpando fezes do cavalo, com uma vassoura e uma pá, do chão da praça em frente ao prédio do Legislativo.

A decisão de ir a cavalo ao Congresso foi, segundo ele, uma maneira de protestar contra cerca de 20 projetos de lei debatidos na Casa que restringem ou vetam a exploração de animais em diferentes atividades profissionais. “Seria injusto, porque esse é o meio de transporte de muitas famílias, em muitas regiões”, disse. “São mais de 15 milhões de trabalhadores do campo na Colômbia.”

O cavalo, acrescentou Barrera, chama-se Passaporte e é explorado por ele em sua fazenda. “Não ia desperdiçar a oportunidade de mostrá-lo aos colegas.” Segundo a agência AFP, o senador já defendeu na tribuna atividades como touradas e rinhas de galo.

Parlamentares ligados à causa da defesa dos direitos animais criticaram a exibição do direitista. “Ele quis ridicularizar uma medida em favor dos animais usando e estressando um deles”, escreveu no Twitter a senadora governista Esmeralda Hernández. Seu colega Juan Carlos Lozada definiu a atitude de “pantomima vergonhosa”.

Desde 1989, a lei colombiana garante a proteção de animais silvestres e domésticos contra dor e sofrimento causados por seres humanos, prevendo exceções para atividades consideradas como tradições culturais, a exemplo de rodeios.

As novas regras do Congresso autorizam a entrada de animais, desde que, “por seu comportamento ou agressividade, não afetem a ordem e a tranquilidade nas instalações”.

Informações de: Folha de SP

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