(da Redação)
Com a aproximação do Natal, as pessoas em breve estarão trabalhando no planejamento de uma reunião de família e amigos, e decidindo que pratos servir no menu. Se você, como milhões de outros brasileiros, está considerando um peru como a peça central de sua ceia de Natal, por que não parar por um momento para pensar de onde estará vindo a refeição de sua família?
Por que o peru deveria estar fora do menu deste Natal
Em primeiro lugar, o Natal é uma festividade religiosa que celebra o nascimento de Cristo, porém também é um sofrimento sem fim para os perus e outras espécies de animais consumidos pelos humanos. Em se tratando de perus, 300 milhões deles são criados e mortos nos EUA por sua carne a cada ano, com 67 milhões sendo mortos durante a temporada de festas de fim de ano. Mesmo antes de sua morte, as condições em que os perus são criados são horríveis. Uma investigação secreta recente em Minnesota revelou 25.000 fêmeas trancadas em cinco galpões que os repórteres descreveram estar “imundos e em condições cruéis”. Infelizmente, ambientes como estes são muito comuns, uma vez que as leis em qualquer parte do mundo não proíbem a criação de aves para consumo humano em condições desumanas. Devido aos alojamentos apertados, as aves têm seus bicos queimados e arrancados sem anestesia para que não se firam ao brigar entre si por causa do estresse do confinamento, e muitas vezes sofrem lesões graves e infecções devido às condições miseráveis. As informações são do Ecorazzi.
Em investigações secretas, grandes fazendas de criações de perus, como a americana Butterball em 2012, têm sido flagradas torturando aves. Os repórteres viram funcionários “chutando e pisando sobre os perus, arrastando-os por suas frágeis asas e pescoços, e maliciosamente arremessando-os”. Além de maus-tratos nas mãos dos funcionários, muitos dos pássaros sofriam de doenças não tratadas e lesões graves, incluindo feridas abertas, infecções e ossos quebrados. Segundo a reportagem, infelizmente, investigações em outras fazendas criadoras de perus em todo o território americano produziram resultados semelhantes. Se isso ocorre em um país de primeiro mundo como os EUA, pode-se imaginar o que acontece em países menos desenvolvidos.
Apesar dos perus serem criados nessas condições imundas e torturantes, a maioria das pessoas não questiona exatamente de onde seus jantares estão vindo e o efeito que a escolha da refeição pode ter na sua saúde, para os próprios animais e para o meio ambiente.
Dizer não ao consumo de carne neste Natal não apenas pode salvar vidas animais como também é uma boa escolha para a saúde humana. Pesquisas têm mostrado que os vegetarianos e veganos são menos propensos a muitos dos problemas de saúde fatais do nosso tempo – incluindo câncer, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. Um estudo recente realizado pela Universidade de Carolina do Sul mostrou que uma dieta vegana é a mais eficaz para a perda de peso duradoura, a qual, por sua vez, protege as pessoas contra inúmeras doenças relacionadas com o peso. Em resumo, para se manter um peso adequado e viver uma vida mais longa e mais saudável, a alimentação livre de carne é o caminho a percorrer.
Ignorar a carne nesta temporada de festas também pode ter um impacto positivo sobre o meio ambiente. Nos Estados Unidos, a pecuária superou as indústrias de transporte e de energia elétrica na emissão de gases prejudiciais de efeito estufa, tornando a produção de carne a principal causa das mudanças climáticas do país. Uma extensão de 56.000 km de rios norte-americanos estão poluídos com resíduos animais e, no mundo, dois hectares de floresta tropical são destruídos a cada minuto pela pecuária. Atualmente há inúmeras alternativas de pratos para uma ceia livre de crueldade e, ao manter a carne fora da mesa durante as festas, você estará fazendo a sua parte não só pelos animais, mas também para reduzir a emissão de carbono pela sua família.
A ideia quanto à abstenção de carne de peru no Natal também se aplica ao consumo de todos os animais e todos os dias, pelo simples fato de todos terem o direito à vida.