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AÇÃO HUMANA

Santuário de elefantes é ameaçado por expansão urbana na Etiópia

3 de dezembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: E. Greengrass | Phys

Segundo um estudo baseado em imagens de satélite do Santuário de Elefantes de Babile, no leste da Etiópia, na África Oriental, as expansões das áreas urbanas representam uma ameaça real para a longevidade da população de elefantes locais.

Pesquisadores da Escola de Geografia e Meio Ambiente da Universidade de Oxford e da Fundação Born Free, entidade internacional de proteção da vida selvagem, constataram que de 2006 a 2017, a construção de residências ilegais na propriedade do santuário subiu de 18 mil para mais de 50 mil. Sendo que a maior parte, cerca de 32 mil, foram erguidas exatamente na área de repartição dos elefantes.

De acordo com as análises realizadas para uma publicação do periódico Oryx – The International Journal of Conservation, se a integridade do santuário não for restaurada e as questões de segurança e pobreza não se resolverem, os elefantes serão extintos em pouco tempo. Atualmente apenas 250 animais ainda vivem no santuário.

A pesquisa apontou ainda que o santuário é o lar de elefantes africanos da Savana no nordeste da África e é uma das únicas seis populações reconhecidas na Etiópia.

O site Phys esclarece que a população humana do país agora é de cerca de 110 milhões de pessoas e há uma escassez crônica de terras e uma alta demanda por recursos naturais não disponíveis.

Anteriormente os estudos apontaram que a integridade e a eficácia de muitas áreas protegidas da Etiópia estão sendo comprometidas pelo aumento das pressões econômicas e sociais relacionadas as necessidades básicas e moradia humana. Além de pontuar os efeitos devastadores da corrupção nas esferas governamentais e os constantes conflitos locais.

“A situação no Santuário de Elefantes de Babile é crítica. Agora restam apenas cerca de 250 deles. Sem a rápida resolução de muitos problemas humanos que colocam pressão sobre eles, é difícil prever um futuro em que essa população de elefantes sobreviva”, disse Emily Neil, para um jornal local. Neil é estudante de pós-graduação da Escola de Geografia e Meio Ambiente de Oxford, que fez parte do estudo.

Entre 2015 e 2019, a Fundação Born Free administrou um experimento de campo no santuário, mobilizando oficiais da Autoridade de Conservação da Vida Selvagem da Etiópia para realizar o monitoramento diário da população de elefantes. A pesquisa ajudou os especialistas a entenderem melhor o alcance desses animais e estabeleceu que além da caça furtiva, os conflitos com humanos são uma das grandes causas de morte precoce nos elefantes.

Em um cenário de fortes expansões humanas e uma população rural dependente de recursos naturais escassos, além de uma instabilidade civil crônica, pobreza e insegurança alimentar, é difícil prever o futuro desses animais. Mas os pesquisadores acreditam que esses desafios devem ser enfrentados em conjunto com a segurança do santuário para garantir a proteção dos elefantes.

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