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COTIDIANO

Saiba quais são os remédios proibidos para cães e gatos

25 de junho de 2022
5 min. de leitura
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Albaluisa Gomez/Creative Commons

Sabe aquele momento que o cachorro passa mal ou o gato parece estar com dor? O pior é que isso acontece no meio da noite ou quando estamos sem tempo de levar ao veterinário. No desespero de ver o animal doente, muitas pessoas acabam dando remédios que têm em casa.

Como os cães e gatos se tornaram membros da família, muitas vezes esquecemos que eles são animais e têm a anatomia e fisiologia diferentes da nossa. Por isso, muito cuidado ao dar um remédio para ele! Além de não resolver o problema, pode ainda piorar.

Vilões da farmácia 

Dave Clark/Creative Commons
Foto: Dave Clark/Creative Commons

Nenhum medicamento deve ser dado sem a avaliação do médico veterinário. São vários os medicamentos humanos que não devem ser usados em cães e, principalmente, em gatos.

Antiinflamatórios (piroxicam, diclofenaco, ibuprofeno)

Anti-sépticos de vias urinárias (sepurim, pirydium)

Analgésicos (paracetamol, aspirina)

Colutórios (enxaguantes e anestésicos para boca e garganta)

Antidepressivos

Descongestionantes nasais e antigripais

São alguns dos remédios que devem ficar longe dos peludos. Ou, quando usados, precisam de um tempo maior de intervalo. Caso isso não seja respeitado, o óbito é repentino com falência aguda de órgãos.

Você deve tomar ainda mais cuidado se tiver um gato. O médico veterinário Alexandre G. T. Daniel, professor da Universidade Metodista de São Paulo e proprietário da Clínica Gattos, alerta que a maioria dos medicamentos tóxicos para gatos também são nocivos para cães. Porém, os gatos se intoxicam com doses menores.

Como saber se meu pet ingeriu algum medicamento sem eu ver?

Rob Swatski/Creative Commons
Rob Swatski/Creative Commons

Primeira coisa, evite deixar seus remédios em locais de fácil acesso, como em cima do criado mudo, mesas baixas ou até em cima da pia. Guarde-os em locais altos e dentro de caixas plásticas.

See-ming Lee/Creative Commons
See-ming Lee/Creative Commons

Mas se você deu bobeira e ele comeu o comprimido, fique atento aos possíveis sintomas:

Vômito

Diarreia

Falta de apetite

Dor abdominal

Convulsão

Dificuldade respiratória

Prostração intensa

Caso o pequeno apresente qualquer um desses sintomas, leve imediatamente ao médico veterinário.  Muitas dessas medicações, dependendo da dose, podem ser fatais! E nada de dar leite, ou qualquer outra receita caseira!

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Diferenças entre remédios humanos e veterinários

stratman² (2 many pix!)/Creative Commons
stratman² (2 many pix!)/Creative Commons

Alguns veterinários preferem receitar remédios humanos para cães e gatos. O dr. Alexandre aponta que, do ponto de vista farmacológico, não há diferença entre os medicamentos para humanos ou para animais. “O que difere são as doses encontradas nas formulações veterinárias que são menores, ajustadas para os pequenos animais, de tamanho menor” complementa.

A médica veterinária Daniela Mungioli aponta os benefícios dos medicamentos específicos para os peludos: “Não é necessário repartir o comprimido, tendo uma possível maior eficiência no tratamento. Diminui a possibilidade de náusea e vômitos, pois há diferença na composição do comprimido. Há alguns medicamentos palatáveis, que facilitam a administração”. Ainda complementa que existem alguns antibióticos, antiinflamatórios e antiparasitários que são exclusivos para uso em pequenos animais, e não existem para uso em seres humanos.

Dicas para dar remédio para cães e gatos

A grande dificuldade dos veterinários é que, infelizmente, ainda é pequeno o número de fármacos direcionados especificamente para os animais de companhia. “Muitas vezes, quando precisemos prescrever determinado medicamento e este não existe em formulação veterinária no Brasil, só nos resta as formulações humanas, para os quais temos que adaptar doses (por exemplo, cortar frações diminutas de comprimidos para chegar as menores doses que nossos pacientes necessitam) ou remanipular” lamenta dr Alexandre.

Não podemos nos esquecer da questão financeira também. Os medicamentos humanos possuem os genéricos e são mais atrativos. Outro fator que barateia a medicação humana é a possibilidade da versão líquida de alguns medicamentos. Na forma veterinária só há em comprimido. “Outro fator atrativo do medicamento humano é o fácil acesso. Podem ser comprados a qualquer hora do dia” lembra dra Daniela.

Por que remédio veterinário é sempre mais caro?

Tom Conger/Creative Commons
Tom Conger/Creative Commons

Os medicamentos veterinários para chegarem a sua formulação final necessitam de muita pesquisa e gasto. Esse investimento é repassado ao cliente. “Outro ponto é que tendemos a comparar o medicamento veterinário com o humano, mas usamos os valores dos genéricos ou similares – e estes são bem mais baratos que as formulações originais, patenteadas” reflete dr. Alexandre.

Além de toda pesquisa, há uma questão burocrática. Para registrar um medicamento no ministério, é necessário comprovações aplicadas, testes laboratoriais e uma série de outras exigências. Isso custa dinheiro às empresas farmacêuticas. Porém, os medicamentos humanos têm subsídio do governo federal e estadual. Portanto, sua fabricação e distribuição tem uma tributação menor do que o medicamento veterinário. 28,5% de alguns medicamentos humanos são apenas impostos. Enquanto que em produtos veterinários, o imposto pode chegar a quase 50%.

Mesmo com todos esses fatores que deixam o medicamento veterinário mais caro, ainda vale a pena investir no que há de melhor para os amigos de quatro patas.

 

Fonte: Estadão

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