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Rinhas de cães contra ursos continuam ocorrendo no Paquistão

27 de agosto de 2013
4 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A prática de “Bear Baiting” (que pode ser traduzida como “Isca de ursos”, ou simplesmente “rinha contra ursos”) é classificada como mais um dos “esportes” bizarros e medievais aos quais a humanidade se presta sem que se consiga entender o por que – e vai se somar aos mais difundidos e parecidos “passatempos” humanos como os rodeios, as touradas, as rinhas de galo e de cães, entre outros.

Em um evento típico de bear baiting, um urso é amarrado em um poste no meio de um estádio. A corda ou corrente que o prende mede entre 2 e 5 metros de comprimento. As garras do urso são previamente retiradas, seus dentes caninos são arrancados e uma argola é inserida em seu focinho. No mínimo dois cães sãos então instigados a atacar o urso preso, e só são removidos quando o urso “se submete”, isto é, quando o urso rola no chão para evitar mais ataques por parte dos cães. O urso é forçado a passar por essa prova degradante aproximadamente sete vezes por dia.

A expectativa de vida de um urso selvagem é de 20 anos, em média. Ursos abusados no bear baiting têm as suas vidas abreviadas significativamente ao tempo de 5 a 7 anos, no máximo.

Recentemente, o bear baiting tornou-se mais conhecido quando veio à tona a denúncia de que a empresa Royal Canin estava patrocinando rinhas de cães contra ursos na Ucrânia, conforme publicado pela ANDA.

Eventos de bear baiting, que já foram muito populares na Europa e na Ásia, atualmente têm tido a sua ocorrência sobretudo nos Estados Unidos, Ucrânia e Paquistão, sendo esse último o país que mais hospeda esta barbárie.

Motivações econômicas para o bear baiting no Paquistão

Foto: Divulgação
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Segundo a reportagem, no país que é conhecido como seguidor e praticante do Islamismo, as diretrizes do Alcorão, livro sagrado do Islã, proíbem que se incitem animais a lutar uns com os outros, mas por outro lado, as motivações econômicas têm feito com que se perpetue a prática cruel do bear baiting.

Ciganos paquistaneses compram ou caçam ursos da natureza e os treinam para “performances”. Historicamente, os ursos são a marca registrada dos ciganos. Uma vez que o bear baiting foi introduzido no Paquistão por colonizadores britânicos em meados de 1800, ursos cativos eram alugados para serem exibidos em feiras de vilas e outros eventos como as rinhas, e os que se diziam proprietários dos ursos cobravam taxas das pessoas que assistiam às lutas.

Em 2011 foi publicada uma notícia na ANDA  referente ao bear baiting no Paquistão. Na ocasião, já havia um trabalho da ONG WSPA (World Society for the Protection of Animals) juntamente com o BRC (Bioresource Research Centre) pelo fim desses eventos horrendos, porém como infelizmente é comum de se notar, as práticas cruéis com animais e que são arraigadas há muito tempo nas culturas levam tempo para serem abolidas – quando o são.

Retomando este caso, a Care2 está com uma petição em andamento em reforço a esse trabalho e pleiteando o fim do bear baiting no Paquistão. De acordo com a reportagem, havia uma lei instituída em 1980 e que proibia esses eventos, mas ela não é cumprida pois “a agência responsável por fazer com que se cumprisse a lei não existe mais”. Em suma, os ursos ficaram abandonados à própria sorte, o que quer dizer que continuam sendo abusados.

A petição é direcionada ao governo paquistanês e apela para que este crie punições severas a quem praticar o bear baiting no país, e menciona que organizações como a WSPA e o BRC devem ser incentivadas a continuar com o trabalho de conscientização e educação junto aos cidadãos no Paquistão.

Assine a petição. Não se pode perder as esperanças e esse é o mínimo que se pode fazer para tentar ajudar apenas neste caso, dentre muitos outros em que se sabe que os animais continuam sendo explorados terrivelmente pelos humanos.

http://www.thepetitionsite.com/5/stop-bear-baiting-in-pakistan/

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