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ATO NOBRE

'Resgatar animais abandonados é mais do que uma missão, me faz sentir viva', relata estudante de 16 anos

28 de fevereiro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

O resgate de animais em situação de abandono vai além do simples cuidado com cães e gatos vulneráveis que vivem nas ruas da cidade. É um ato que exige coragem e amor, parte da rotina de muitos ativistas e pessoas preocupadas com o problema do abandono animal, mas também alguns cuidados.

A estudante Heloísa Sola Carmona, de 16 anos, do segundo ano do ensino médio de uma escola pública em Diadema (SP), está envolvida no resgate de animais desde a infância. Recentemente, durante uma tentativa de resgate em uma via pública, foi mordida por um gato. Apesar de inicialmente não sentir dores ou desconforto, a mordida acabou infeccionando.

“O gato que acabou me mordendo é um animal dócil, mas foi em um momento em que ele estava muito assustado. E quando ele se sente ameaçado, eles atacam para se defender”, contou a estudante em conversa com o Terra.

Preocupada com a saúde da filha, Sandra Regina, mãe de Heloísa, a levou rapidamente ao hospital para receber atendimento. O médico alertou sobre a gravidade da mordida caso não fossem tomados os cuidados necessários, deixando Sandra apavorada. “No hospital, fui alertada até sobre risco de morte caso ela não recebesse o tratamento adequado”, lembra Sandra.

Em entrevista ao Terra, Juliana Fenley, coordenadora do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi em São José dos Campos (SP), destacou a importância de lavar o local da mordida com água e sabão e buscar atendimento médico imediato. Ela explicou que, dependendo da gravidade do ferimento, pode ser necessário o tratamento preventivo com vacinação antirrábica e soro.

“É importante também considerar o contexto da mordedura em um fluxograma: se o cão é conhecido e vacinado, apenas lavar a área é suficiente; se for um cão desconhecido ou de rua, é crucial buscar atendimento médico. A recomendação é observar esse animal por até 10 dias. Se for julgado uma mordedura grave (profunda nas mãos ou próximo ao pescoço), provavelmente será preciso tratamento preventivo com vacinação” explicou. “No posto de saúde ou UBS, a pessoa passará por triagem e, se necessário, será encaminhada a um infectologista”.

Foto: Arquivo pessoal

No caso da estudante, após passar por uma triagem, foi indicado o tratamento com doses de vacina antirrábica e um soro desenvolvido no Instituto Butantan para tratar possíveis problemas de saúde. Hoje, ela passa bem e já voltou a resgatar animais em situação de rua, só que agora, mais preparada e tomando outros tipos de cuidado.

“Agora eu pretendo utilizar luvas. Estou procurando uma de aço, mas ainda não consegui comprar uma”, relatou à reportagem.

Vinícius Campregher de Siqueira, professor de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, mencionou o trabalho de ONGs [veja abaixo] de proteção animal, que oferecem ajuda e orientação para resgates de animais. Ele ressaltou a importância de considerar não apenas a segurança da pessoa, mas também a do animal durante o resgate. “Também precisamos pensar na segurança do animal, que pode acabar se ferindo durante o resgate no momento de dor ou mesmo pânico”.

Caso não se sinta preparado para realizar o resgate, é importante buscar ajuda de serviços especializados como o Centro de Zoonose, Polícia Ambiental ou Corpo de Bombeiros.

Fonte: Terra

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