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Redes sociais se tornam valiosa ferramenta para viabilizar a adoção de animais abandonados

8 de março de 2012
3 min. de leitura
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(da Redação)

(Foto: Elis Azevedo)

Todos acompanharam, nos últimos meses, a enorme repercussão que tiveram alguns casos de maus-tratos contra animais e de que maneira ela se deu: através de denúncias veiculadas pelas redes sociais, os fatos chegaram até a grande imprensa.

Mas as mesmas redes sociais têm se tornado uma ferramenta de fundamental importância em outro assunto relacionado aos animais: a viabilização de adoções de cães e gatos abandonados. ONGs e protetores independentes utilizam cada vez mais a internet para divulgar animais resgatados do abandono e disponíveis para adoção – e já há trabalhos de proteção de animais baseados exclusivamente na internet.

Com menos de dois anos de atuação continuada, o grupo voluntário Os Cães do Parque já contabiliza 138 adoções, todas elas viabilizadas através de seu site (www.oscaesdoparque.org), de blogs parceiros e da grande penetração nas redes sociais.

Os Cães do Parque não mantém um abrigo para animais e não participam das tradicionais “feirinhas” de adoção. Cães e gatos resgatados do abandono são abrigados temporariamente por voluntários. São fotografados, filmados – muitos ganham vídeo clips especialmente produzidos para eles – e divulgados. Os interessados respondem a um pequeno questionário on line e – quando há compatibilidade entre o bichinho e o candidato a adotante – entrevistas feitas por telefone concluem o processo de adoção. Quase todos os adotados são entregues na casa do adotante, sempre depois de serem esterilizados.

O trabalho do grupo nasceu e está focado em um grande parque público de São Paulo, que mantém há décadas uma triste tradição de animais abandonados. Além de promover adoções, Os Cães do Parque monitoram um pequeno grupo de cães fixado no local e atuam em seu controle populacional promovendo castrações: voluntariamente e com recursos próprios, preenchem dessa maneira a lacuna deixada pela falta de uma política oficial de enfrentamento da questão.

Mas, atualmente, até mesmo na implantação de políticas é possível influenciar através da força das redes sociais: depois de contatos realizados através do twitter e à frente de uma comissão de entidades protetoras de animais, também formada através de contatos feitos pelas redes, Os Cães do Parque foram recebidos recentemente em audiência pelo secretário do meio ambiente Bruno Covas, e conseguiram algo inédito: que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo realizasse uma campanha pela guarda responsável e contra o abandono de animais em parques públicos. As entidades protetoras estão, no momento, trabalhando em conjunto com o setor de comunicação da Secretaria e a campanha será lançada brevemente.

(Foto: Elis Azevedo)

Os Cães do Parque não são uma ONG, não possuem uma sede formal, não recebem patrocínios e sequer aceitam contribuições financeiras de quem quer que seja: são apenas um grupo de pessoas físicas que decidiu arregaçar as mangas e trabalhar, com recursos próprios, para solucionar um problema que lhes incomodava e entristecia. Longe da tradicional imagem que sempre se teve da proteção de animais – abrigos lotados e protetores implorando por ajuda e por adoções – e lançando mão das modernas tecnologias como ferramenta de divulgação, o grupo voluntário quebra um paradigma e mostra que, em tempos atuais, até mesmo a proteção de animais passa por uma revolução: sim, é possível fazer diferente.

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