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DEVOLVIDAS À NATUREZA

Raposas que vivia próximo à pista de um aeroporto são resgatadas

3 de novembro de 2021
Andrine Perrone | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Crédito Correio 24 Horas | A operação para resgatar os animais durou três dias

Uma família de raposas estava vivendo nas proximidades do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. Na última quarta-feira (27), as raposas foram retiradas do local pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Os animais foram descobertos após roerem a borracha da cerca que dá acesso ao local.

Aderbal Azevedo, médico veterinário e coordenador do Cetas, afirma que não sabe informar quanto tempo os animais estavam vivendo na região e que o trabalho para retirá-los do local, levou alguns dias. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), a Brigada de Incêndio e também os biólogos, ajudaram o Cetas nesta operação.

“Elas estavam morando lá, mas não sabemos o tempo exato. Fomos contatados por biólogos e, desde segunda-feira, em uma ação conjunta, desenvolvemos uma estratégia para resgatar as raposas porque elas se apoderaram de um buraco de coruja buraqueira e ficavam lá durante o dia por só terem hábitos noturnos. Não tínhamos visto até o momento em que percebemos os rastros e localizamos”, explica.

O resgate da família

Crédito Imagem | Pixabay

Segundo a equipe, na primeira noite do resgate, eles conseguiram até pegar um dos filhotes, mas nada do animal adulto. Só após a montagem de uma armadilha e de três dias de tentativas foi possível capturar a mamãe raposa.

“Armamos uma estratégia com armadilha e, no primeiro dia, pegamos um filhote. No dia seguinte, pegamos outro. Aí pensamos em pegar o segundo filhote capturado próximo do local e colocar uma armadilha com carne porque ele ia chamar por ela, que com certeza apareceria. E deu certo, fizemos na terça à noite e, na quarta, pegamos a mãe”, conta.

O Cetas encaminhou os animais resgatados, para avaliação para verificar se estavam saudáveis. Logo após, eles foram devolvidos a uma reserva florestal na região, no caso, ao habitat natural. O local não foi revelado para não atrair caçadores ilegais e traficantes de animais.

Aderbal ainda, contou que nenhuma das raposas pareciam estar estressadas por estarem na presença da equipe. “Não estavam assustados. Inclusive, a mãe estava muito tranquila porque elas vivem na presença de humanos, que passam por ali em veículos. Ela não mostrou agressividade e, quando se juntou aos filhotes, reconheceu rápido”, diz o médico veterinário.

Animais silvestres

A secretária da Semma, Ana Cláudia Passos, conta que o resgate de animais silvestres no local é algo comum e vez ou outra são encontradas raposas, cobras e até mesmo preguiças.

“Não é todo dia, mas acontece bastante porque temos umas áreas de vegetação, reserva de Mata Atlântica dentro do espaço urbano onde, de vez em quando, saem preguiças. No caso do aeroporto, que está localizado na zona rural, é comum ver raposas, corujas buraqueiras e cobras, por exemplo”, explica.

O Semma informou que de janeiro até agora, 3.343 animais foram resgatados em Vitória da Conquista. Por conta disso, a gestão municipal desenvolve um trabalho de busca ativa na região, que a secretária entende como fundamental.

“A questão dos animais é uma preocupação grande para nós que organizamos um trabalho que, acima de tudo, protege eles, que podem estar expostos a acidentes e, consequentemente, ao óbito. Dessa forma, os resgates são fundamentais para preservação da vida animal por aqui”, relata.

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