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ITAPETININGA

Projeto de lei torna obrigatória prestação de socorro a animais atropelados

Projeto ainda precisa ser sancionado pela Prefeitura de Itapetininga para entrar em vigor

17 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
4 min. de leitura
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UIPA agradeceu a presença de outras ONGs que apoiam a causa animal e foram para a Câmara Municipal de Itapetininga (SP) para acompanhar a sessão (Foto: ONG Uipa Itapetininga/Divulgação)

Responsáveis por atropelamento de animais serão obrigados a prestar socorro na cidade de Itapetininga (SP). A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que agora precisa ser sancionado pela prefeitura para entrar em vigor.

No entanto, para os voluntários da causa animal no município, que recentemente atenderam a vários casos de atropelamento, a aprovação do Legislativo já é motivo de comemoração.

Membros da União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) estiveram presentes durante a votação na Câmara na última terça-feira (15/03) e comemoraram a decisão dos vereadores nas redes sociais.

“Nós estamos em festa. Isso é para mostrar nosso trabalho. Todo dia corremos atrás, fazemos várias coisas para ajudar os animais que ficam em via pública agonizando sem socorro depois de serem atropelados”, disse a presidente da ONG, Fernanda Nery.

O projeto de lei consiste em multar o motorista ou o passageiro do veículo, seja ele moto, bicicleta ou carro, que não prestar socorro ao animal atropelado. A multa pela infração será de R$ 1 mil, e deverá ser aplicada em dobro no caso de reincidência.

Conforme o projeto, o valor arrecadado pelas multas será transferido para a Subsecretaria da Defesa Animal da cidade, que poderá reverter até 50% do dinheiro para instituições protetoras de animais cadastradas no município.

Vários casos de atropelamentos de animais em Itapetininga foram noticiados nos últimos dias. Em dezembro, a UIPA denunciou um motorista de ônibus que atropelou uma cadela na Vila La Brunetti e fugiu sem prestar socorro.

A cachorra, que recebeu o nome de “Letícia”, foi levada às pressas para o Hospital Veterinário de Botucatu (SP), com fraturas em duas vértebras da coluna. Depois, ela começou a fazer sessões de acupuntura para tentar recuperar o movimento das pernas.

Em fevereiro deste ano, foram dois casos. O primeiro, no dia 11, foi de um cachorro que morreu após ser atropelado por caminhão e levar horas para ser socorrido.

Segundo a UIPA, o cão ficou cerca de três horas agonizando na sarjeta depois do atropelamento na Vila Palmeira. O caso foi registrado por uma câmera de segurança.

A ONG informou que, quando foi resgatado, o cachorro estava bastante ensanguentado e com as duas patas traseiras quebradas. Ele foi levado até uma clínica veterinária, mas não resistiu aos ferimentos e morreu com hemorragia interna.

Já o segundo caso foi registrado no dia 26 de fevereiro. Foi o caso do cachorro que “recebeu ajuda” de outros cães após ser atropelado por um motorista que não prestou socorro.

Por uma câmera de segurança, foi possível ver o momento em que o cão, que estava deitado no meio da rua, foi atropelado por um carro no bairro Bosque dos Pinheiros. Após o acidente, outros animais correram até o animal machucado.

Depois disso, a SOS Animais informou que moradores resgataram o animal e o levaram até uma clínica veterinária particular da cidade. No entanto, o cachorro morreu depois de passar por uma cirurgia.

ONG comemorou o passo dado na Câmara Municipal de Itapetininga (SP) (Foto: ONG Uipa Itapetininga/Divulgação)

Trabalho voluntário
Há mais de 30 anos, a UIPA de Itapetininga ajuda a proteger e a intermediar a adoção de animais abandonados ou que sofrem maus-tratos. Por ser uma organização não governamental, ela depende do trabalho voluntário e de doações.

Durante a sessão na Câmara, a presidente da UIPA ressaltou a importância do trabalho voluntário aos vereadores.

“É um trabalho exaustivo, mexe com o psicológico, não é fácil, é uma ONG totalmente voluntária, de segunda a segunda estamos oferecendo ajuda aos animais”, desabafa Fernanda.

Em uma publicação postada nas redes sociais depois da aprovação da lei, a UIPA também agradeceu aos voluntários e comemorou o projeto de lei: “encerramos o dia de hoje com o coração agradecido”.

“Temos orgulho de cada voluntário e orgulho do nosso trabalho em prol dos animais. Por algumas vezes, somos julgadas, não conseguimos alcançar todos que precisam, vivemos sempre com superlotação. Assistimos cerca de 400 animais, entre cães, gatos, cavalos e jumentos, todos vítimas de maus-tratos e abandono, administramos três abrigos, com muito trabalho e dificuldade, e, ainda assim, todos os voluntários vestem a camisa UIPA, vestem o amor à causa”, publicou.

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