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VAQUEJADA

Projeto de Lei eleva atividade cruel contra cavalos e bois para esporte no Brasil

Se aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, projeto de lei precisará apenas ser sancionado por Jair Bolsonaro para começar a vigorar

31 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
2 min. de leitura
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Vaquejada expõe animais ao extremo sofrimento (Foto: Tatiana Azeviche/Governo da Bahia)

Um projeto de lei do deputado federal Efraim Filho (DEM-PB), que visa elevar a vaquejada à atividade desportiva formal, já foi aprovado por três comissões da Câmara – Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Esporte.

A atividade cruel expõe cavalos e bois ao extremo sofrimento. É um retrocesso a aprovação de um projeto considera essa exploração um esporte.

Como a proposta está sendo avaliada em caráter conclusivo, se aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, precisará apenas ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro para começar a vigorar.

O PL 2452/2011 é mais uma forma de tentar fortalecer a vaquejada e continuar expondo os animais às dores causadas pela exploração desumana e cruel.

Entre os relatores das comissões que garantiram que a proposta chegasse tão longe estão os deputados Paulo Bengtson (PTB-PA) e Fábio Mitidieri (PSD-SE), que já eram apoiadores da vaquejada antes de serem escolhidos para analisarem o PL.

O último relator designado para avaliar a proposta é o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), da CCJC.
Vale destacar que a vaquejada é uma atividade que consiste em puxar violentamente o rabo de um bovino. Muitos acabam sendo mortos por sofrerem graves fraturas.

Considerando com pouca seriedade o impacto da prática para o animal, tanto o autor, Efraim Filho, quanto os relatores e membros das comissões que endossam a vaquejada apontam que a vaquejada gera “benefícios econômicos”.

Em seu parecer, Fábio Mitidieri afirma que “assim como nos rodeios, na vaquejada existe uma estrutura completa em torno do evento que pode gerar milhares de empregos.” No entanto, o deputado não apresenta dados que corroborem a afirmação e nem cita os danos físicos e emocionais causados aos cavalos e bois explorados nessa atividade. Ou seja, apontam a geração de lucro como mais relevante do que a preservação da integridade do animal.

Como já destacado por defensores dos direitos animais desde que o PL começou a tramitar, o bem-estar animal seria garantido se o animal não fosse submetido a uma prática que pode tanto ser desconfortável, pelo estresse gerado, quanto dolorosa, já que o objetivo é atacá-lo.

Saiba quem são os deputados que já votaram a favor da elevação da vaquejada a esporte:

Carla Zambelli (União-SP), Coronel Chrisóstomo (PSL-RO), Professor Joziel (PSL-RJ), Zé Vitor (PL-MG), Bia Cavassa (PSDB-MS), Evair Vieira de Melo (PP-ES), Leônidas Cristino (PDT-CE), Paulo Bengtson (PTB-PA), Stefano Aguiar (PSD-MG), José Mário Schreiner (DEM-GO) e Zé Silva (Solidariedade-MG).

Nota da Redação: a medida mais benéfica para os animais seria acabar com eventos como vaquejadas e rodeios no Brasil. Da mesma maneira que há pressão por parte de grupos de proteção animal para que países europeus e latino-americanos acabem com as touradas, os rodeios são, no Brasil, uma amostra desta exploração e da tortura que animais sofrem para o entretenimento humano.

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