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PROTEÇÃO

Programa de preservação das baleias-jubarte ganha aliado tecnológico

2 de dezembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Em uma iniciativa internacionalmente inédita, o Instituto Baleia Jubarte (IBJ) está empregando uma tecnologia capaz de intensificar os esforços na conservação da vida das baleias-jubarte na Região dos Abrolhos, no Sul da Bahia.

Trata-se de uma câmera térmica com inteligência artificial acoplada em navios comerciais e de carga, que auxilia na localização das baleias que estejam na rota do barco, inaugurando esse tipo de dispositivo na navegação comercial mundial. O projeto é realizado com o apoio das empresas Norsul e Veracel S/A.

As baleias-jubarte se hospedam de junho a novembro no Banco dos Abrolhos, principal berçário da espécie na costa do Brasil. Neste período, acasalam, dão à luz e amamentam seus filhotes nas águas do sul da Bahia e norte do Espírito Santo.

Com os projetos e leis de proteção, a espécie vem se reerguendo nas duas últimas décadas da intensiva caça sofrida durante o século XX, quando eram contabilizadas cerca de 27 mil baleias-jubarte no país. Esses indivíduos foram reduzidos a apenas 500 da sua espécie e com o auxílio de programas de preservação a partir dos anos 80, hoje o Brasil acolhe aproximadamente 20 mil baleias-jubarte a cada ano.

Tamanha conquista gera mais responsabilidades e o desafio de proteger esses animais e garantir que eles prosperem. A partir do Grupo de Trabalho Jubarte, que é um projeto formado pelo Instituto Baleia Jubarte, Veracel S/A e Norsul, concebido para pesquisar e implantar medidas preventivas adicionais que diminuam o risco de choque entre embarcações e as baleias, surgiu a ideia de usar a inteligência artificial em prol do meio-ambiente.

Uma câmera com software avançado é instalada na embarcação que faz o trajeto, e durante a navegação ela auxilia a tripulação na identificação de grandes animais marinhos na rota, especialmente à noite. Para identificar a presença de baleias, a câmera tem um filtro térmico que identifica os animais pela temperatura corporal. O software desenvolvido pela ATON, abastece um campo de memória e reúne informações úteis para os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte conhecerem os animais.

O sistema fará a captação contínua de imagens de vídeo, dia e noite, que ficarão guardadas na memória. Como é um sistema de IA, ele mesmo vai absorvendo as informações e aprimorando a captação das imagens, lendo o visor cada vez em menor tempo.

O equipamento é integrado ao radar da embarcação e emite alarmes sonoros para qualquer obstáculo à frente em um raio de até 2 km. Além de diminuir o risco de colisões com a embarcação, o sistema também visa monitorar a incidência de baleias na rota da navegação comercial. Durante a próxima temporada reprodutiva, os pesquisadores pretendem realizar o teste desse sistema em campo. O aperfeiçoamento do processo vai possibilitar uma preservação mais ampla e tangível dos cetáceos.

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