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RESPONSABILIDADE HUMANA

Primeiros pinguins morrem na Antártida em razão da cepa mortal da gripe aviária H5N1

30 de janeiro de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Há suspeitas de que pelo menos um pinguim-rei tenha sucumbido à gripe aviária na Antártida, marcando a potencial primeira vítima dessa cepa altamente contagiosa, H5N1, na natureza. A descoberta ocorreu na ilha Geórgia do Sul, conforme relato do Comitê Científico de Pesquisa Antártica (Scar).

Os pesquisadores, que já alertavam sobre os riscos de um possível desastre ecológico se a gripe aviária atingisse as populações remotas de pinguins, agora enfrentam a realidade de um caso suspeito na região. O momento é crítico, pois as aves estão atualmente agrupadas para a época de reprodução, aumentando o potencial de afetar colônias inteiras se a doença se espalhar.

Além do pinguim-rei, há suspeitas de que um pinguim-gentoo também tenha morrido de H5N1 na mesma localidade. Nas Ilhas Falkland, a 900 milhas a oeste da Geórgia do Sul, ao menos um pinguim-gentoo foi confirmado morto por H5N1, com mais de 20 filhotes também apresentando sintomas ou já mortos. Desde a chegada do vírus à Antártida, houve mortes em massa de elefantes marinhos e aumento de óbitos de focas, gaivotas e skua marrons na região.

Ed Hutchinson, virologista molecular do Centro de Pesquisa de Vírus da MRC-Universidade de Glasgow, expressou sua não surpresa diante dos relatos, considerando a vulnerabilidade da vida selvagem na região. A professora emérita de biologia da conservação na Universidade de East Anglia, Diana Bell, compartilhou seu desapontamento, temendo o impacto nas colônias devido à organização social colonial dos pinguins.

Até o momento, não foram registrados casos no continente antártico, mas a baixa presença humana pode dificultar o registro de mortes. A gripe aviária, somada às pressões da crise climática e sobrepesca, ameaça ainda mais as populações de pinguins-reis, alertadas por estudo de 2018 que previa seu desaparecimento até o final do século.

A doença também atinge populações no Ártico, sendo confirmada a primeira morte de um urso polar por H5N1 em dezembro. O impacto pode ser subestimado, já que esses animais tendem a habitar locais remotos com pouca presença humana.

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