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SAÚDE

Primavera requer cuidados especiais com cães e gatos

27 de setembro de 2022
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Foto: Ilustração | Pixabay

Finalmente chegou a estação mais florida do ano, a primavera. Além de observar a paisagem mais vistosa e colorida, para quem tutela animais é hora de redobrar os cuidados com os animais. Isso porque, nesta época do ano, aumentam os casos de alergia e intoxicação entre os animais.

“É preciso ter muita atenção principalmente com as plantas, em casas com jardins, com espécies que podem ser tóxicas para os peludos, assim como os fertilizantes. Mantenha-os bem longe dos animais. Sempre tente deixar o jardim limpo, pois o acúmulo de matéria orgânica favorece o aparecimento de aranhas, lacraias, escorpiões e, algumas vezes, abelhas”, recomenda a médica-veterinária Meire Silva, professora do curso de Medicina Veterinária do UNIPÊ.

De olho nas flores

Quando se fala em primavera, a primeira característica que vem à mente são as flores. Ainda que belíssimas, elas podem causar alguns problemas aos animais, como intoxicação e alergias.

“Por ser a estação do ano em que as flores estão evidentes, o risco de intoxicação, aumenta por maior exposição aos agentes. Sem contar que possíveis substâncias causadoras de problemas se encontram em maior concentração na época da florada”, comenta a médica-veterinária Valeska Rodrigues, professora do curso de Medicina Veterinária da UNIFRAN.

Entre as plantas que mais causam problema, os veterinários consultados destacam: rosa do deserto, lírio, azaleia, copo-de-leite, hortênsia, samambaia, espada-de-São-Jorge, comigo-ninguém-pode, costela-de-adão, mamona, babosa e tulipa.

A médica-veterinária Juliana Bernardo, professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Braz Cubas, explica que os sintomas de intoxicação variam conforme a espécie e quantidade ingerida e o tamanho do animal.

“Os distúrbios variam desde sintomas mais leves, como ardência e irritação na boca, focinho e garganta, coceira e vermelhidão na pele. O animal pode se apresentar mais quietinho ou, às vezes, mais agitado. Após cerca de uma hora e meia e duas horas, quando começa a ocorrer a absorção das toxinas pelo organismo do animal, ele pode ter vômito e diarreia, salivação, tremores, chegando a evoluir para sintomas mais graves, como presença de sangue na urina, problemas cardíacos, respiratórios e neurológicos”, ressalta a profissional.

Foto: Ilustração | Pixabay

E o pólen?

Além da intoxicação que algumas flores e plantas podem provocar nos animais, a alergia ao pólen é outro ponto que merece atenção.

“Em cães, observamos lesões na pele devido à coceira intensa causada por essa alergia, podendo ocorrer a perda de pelos e infecções nos ouvidos. Já os gatos demonstram essa reação ao pólen de forma diferente, tosse e espirro, secreção nos olhos e no nariz e dificuldade respiratória são comuns nesse tipo de alergia”, esclarece Juliana.

Para prevenir, a professora orienta aumentar a frequência dos banhos para diminuir o tempo do contato do animal com o pólen que fica grudado na pelagem; e, sempre que for passear com o animal em parques ou jardins, escovar os pelos assim que chegar em casa.

“Os cuidados com os passeios devem ser criteriosos, pois, apesar de os horários do início da manhã e final da tarde serem melhores, devido às altas temperaturas do chão, são também nesses períodos que são observadas uma quantidade maior de pólen no ar”, explica.

Pulgas e carrapatos

Os cuidados com pulgas e carrapatos também devem ser redobrados nesta época do ano, visto que a combinação de altas temperaturas e umidade favorecem a proliferação desses ectoparasitas.

“O ciclo de vida dos carrapatos que acometem cães necessita da presença de um ambiente favorável, com plantas ou água, para que os ovos eclodam, as larvas possam se alimentar e desenvolver, chegando na fase espoliativa no hospedeiro. Assim, nas épocas mais quentes e úmidas acabam sendo mais propícias à reprodução dos carrapatos”, explica Valeska.

A professora diz que o mesmo raciocínio vale para o mosquito transmissor da leishmaniose. “Ele bota os ovos em húmus de plantas e materiais em decomposição, ofertados em maior quantidade na primavera e verão”, diz

Já Juliana lembra que pulgas e carrapatos transmitem diversas doenças aos pets e que há outro mosquito que transmite doenças aos animais de companhia favorecido pelas condições climáticas da primavera.

“Vale lembrar que a dirofilariose, conhecida como ‘verme do coração’, também é transmitida por um mosquito, e sua incidência também aumenta nessa época do ano. Outro ponto que não podemos esquecer é que as pulgas e carrapatos também podem transmitir algumas doenças, como verminoses e a ‘doença do carrapato’. Para a prevenção é importante o controle ambiental desses animais com o uso de repelentes, vermifugação e carrapaticidas nos cães e gatos”, finaliza.

Fonte: Revista Casa e Jardim

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