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População de 200 orangotangos é ameaçada pelas chamas em Samatra

29 de março de 2012
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Um orangotango do Parque Nacional em Langkat no Norte de Samatra (Foto: Reuters)

Os fogos florestais ateados por produtoras de óleo de palma para limpar a terra numa região da ilha de Samatra podem matar dentro de semanas cerca de 200 orangotangos, disse nesta quarta-feira (28) um grupo de ambientalistas indonésio.

O grupo de orangotangos faz parte da espécie Pongo abelii, exclusivo daquela ilha indonésia. O orangotango-de-samatra tem uma população de cerca de 6600 indivíduos e está criticamente em perigo de extinção. Há apenas mais uma espécie de orangotanto, na ilha de Bornéu.

A população ameaçada pelas chamas vive Rawa Tripa, uma região que contém floresta luxuriante e zonas de turfeira situada na costa da província Aceh, no Norte de Samatra. Mas mais de dois terços da área foi dividida e concessionada a produtores de palmeiras, utilizadas no fabrico de óleo, disse a Coligação para Salvar Rawa Tripa. Graham Usher, um dos membros do grupo ambiental e especialista em protecção da paisagem, disse que as imagens de satélite mostram os fogos florestais que lavram Rawa Tripa desde a semana passada. Se os incêndios continuarem, podem matar os orangotangos que já estão exilados nas extremidades da floresta.

“Se houver uma seca prolongada, o que é muito provável, há boas hipóteses de toda a floresta e tudo o que existir lá desaparecer permanentemente em poucas semanas”, disse Usher numa conferência de imprensa, referindo-se aos orangotangos, tigres, ursos e outras espécies protegidas.

A indústria do óleo de palma expandiu-se na Indonésia que é agora o país que mais produz e exporta este produto alimentar também utilizado como biodiesel.

A desflorestação nas várias ilhas do país tem ameaçado animais como o tigre-de-samatra e o rinocerante-de-java. O tigre-de-bali e o tigre-de-java já desapareceram nos últimos 70 anos.

No ano passado, a Indonésia iniciou uma moratória de dois anos que suspendeu todas as autorizações para limpar a floresta. A decisão fez parte de um contrato com a Noruega de mil milhões de dólares (752 milhões de euros) para cortar nas emissões de dióxido de carbono e desacelerar a expansão das plantações. Mas, segundo o grupo ambiental, logo nos primeiros dias a moratória foi violada em Aceh.

A última concessão para a plantação de palmeiras foi dada em agosto de 2011 à empresa PT Kallista Alam, por Irwandi Yusuf, antigo governador de Aceh e actual candidato ao posto. Outro grupo ambientalista, chamado Walhi, processou Irwandi Yusuf quando soube da concessão. Um veredito é esperado na próxima semana.

“Se a Kallista Alam ganhar o processo, vão queimar cada pedaço da floresta e vamos dizer adeus aos orangotangos de Tripa”, disse Usher. A agência Reuters não conseguiu contactar a empresa Kallista Alam para comentar sobre esta situação.

Fonte: Ecosfera

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