Por Simone Gil Mondavi (da Redação – Argentina)
Um policial disparou quatro balas em um cão, porque segundo ele o animal comeu um bife à milanesa de seu almoço. O episódio aconteceu na Delegacia de Caá Yarí, na Província de Misiones na Argentina. As informações são do Clarín.
A denúncia foi realizada pelo funcionário público, Alan Elberg, que explicou que o cão ingressou pela parte de trás da Delegacia e na cozinha o animal “roubou” da mesa um bife à milanesa, mas jogou ao chão um prato que denunciou sua presença. O agente da polícia saiu atrás do cão pelas ruas e com sua arma de trabalho disparou quatro vezes contra o animal.
Segundo as informações do principal denunciante, no principio não existiram denúncias à justiça, pelo medo das represálias do poder policial. Os vizinhos e inclusive até a tutora do cão, saíram das suas casas quando escutaram os disparos e foram testemunhas da morte.
Foi finalmente o defensor animal quem realizou a denuncia formal ante uma Assembleia de Justiça (Unidade Regional VI). Ele apenas teve conhecimento do assassinato e confirmou com a tutora do cão o que aconteceu.
“Ninguém denunciou por medo das represálias e o assassinato foi encoberto, mas agora espero que seja feita justiça, tanto pelo animal, como pelo uso indevido da arma para um assassinato deste tipo”, disse Elberg.
A morte do cão se converteu, segundo os representantes da Polícia, em o acontecimento mais comentado pela população, mas por temor ninguém estava disposto a declarar, admitiram. Conforme a denúncia o policial poderia receber uma sentença de um ano, segundo a Lei de Proteção Animal 14.346 da Argentina.
“Aqui, por medo, todo o povo calou-se e ninguém denunciou porque o acusado é policial, mas também eu confio que será feita a justiça”, disse o denunciante.
A Assembleia de Justiça, não obstante, afirmou que apesar de ter o nome do policial que cometeu o delito, nos registros da justiça, ele não consta como empregado em Caá Yarí, ainda assim estão à espera dos registros que a delegacia da região tem de seus funcionários.