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INVESTIGAÇÃO

Polícia abre inquérito para apurar intoxicação e morte de macacos na região de Rio Preto (SP)

Desde a última quarta-feira (3), pelo menos dez animais das espécies sagui e prego foram resgatados com sinais de intoxicação ou agressão na região.

11 de agosto de 2022
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Macacos estão recebendo cuidados no zoológico de Rio Preto (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar casos envolvendo intoxicação e morte de macacos na região de São José do Rio Preto (SP).

Desde a última quarta-feira (3), pelo menos dez animais das espécies sagui e prego foram resgatados com sinais de intoxicação ou agressão. Sete deles morreram. Os demais estão sendo monitorados pelo Zoológico de Rio Preto.

A Polícia Militar Ambiental acredita que os casos de intoxicação foram motivados por medo da nova varíola, que é transmitida entre humanos. Para evitar novos casos, a corporação reforçou o patrulhamento nas matas.

Macacos-prego foram encontrados com suspeita de intoxicação em Rio Preto — Foto: Centro de Zoonoses/Prefeitura de Rio Preto

De acordo com o delegado João Lafayette Sanches, a Polícia Civil apura se estes casos têm origem criminal ou não.

“Alguns órgãos dos animais estão sendo estudados para saber qual a origem da morte. Se for em virtude de maus-tratos, de alguém estar matando, a Polícia Civil está investigando e irá apurar a autoria”, explicou o delegado.

Ainda segundo o delegado, o crime de maus-tratos aos animais tem pena que varia de 3 meses a 1 ano de detenção. Mas se ocorrer a morte do animal, a pena é aumentada.

O coordenador geral da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, Dener Giovanini, diz que os casos de apedrejamento, perseguição e envenenamento contra macacos são registrados em vários lugares do país.

“Desde que começaram a surgir informações sobre essa nova doença, nós temos percebido um aumento no número de casos de animais que são perseguidos, que são apedrejados ou mesmo envenenados em função da falta de informação da sociedade brasileira”, afirma.

O médico virologista da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), Maurício Lacerda, explica que os animais encontrados no Brasil não oferecem risco para o ser humano quando o assunto é varíola dos macacos.

“O que nós estamos vendo no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos é uma transmissão entre pessoas. Pessoas que estão doentes e estão transmitindo por contato próximo para outras pessoas. Não existe nenhuma evidência da circulação do vírus da varíola de macacos em macacos no Brasil. Não há necessidade de ocorrer pânico, não há necessidade de evitar os macacos”, diz.

Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está atualmente avaliando com especialistas a adoção de um novo nome para a varíola dos macacos, depois que cientistas escreveram uma carta à organização solicitando uma nova nomenclatura “que não seja discriminatória nem estigmatizante”.

Sobre isso, a epidemiologista da OMS acrescentou que o trabalho atual da organização está em andamento, mas não estabeleceu uma data exata para a definição do novo nome.

Nova varíola em Rio Preto

Em São José do Rio Preto (SP), três casos da nova varíola foram confirmados pela Secretaria da Saúde. Os três pacientes são homens, de 33, 34 e 39 anos, e são monitorados por equipes da Vigilância Epidemiológica.

Como é a transmissão?

A nova varíola, popularmente conhecida como varíola dos macacos, é causada pelo vírus Monkeypox, que pertence à mesma família do vírus da varíola humana.

A doença é transmitida quando alguém tem contato próximo com as lesões de pele, as secreções respiratórias ou os objetos usados por uma pessoa que está infectada. O vírus ainda pode ser passado de mãe para filho durante a gestação, através da placenta.

Até agora, o patógeno não foi descrito oficialmente como uma infecção sexualmente transmissível, mas a doença pode ser passada durante a relação sexual pela proximidade e o contato pele a pele entre as pessoas envolvidas.

Quais são os sintomas?

A OMS explica que o período de incubação (o tempo entre o vírus invadir as células e o aparecimento dos primeiros sintomas) costuma variar de seis a 13 dias, mas pode chegar até a 21 dias.

A partir do início dos sintomas, a infecção pode ser dividida em dois momentos. Primeiro, acontece o período de invasão, que dura até cinco dias. Neste momento, o paciente pode apresentar:

  • Febre;
  • Dor de cabeça forte;
  • Inchaço nos linfonodos (conhecido popularmente como “íngua”);
  • Dor nas costas;
  • Dores musculares;
  • Falta de energia intensa.

Terminado o período de invasão, começa a segunda etapa, que é marcada por feridas na pele. Geralmente, essas marcas cutâneas surgem depois de um a três dias do início da febre.

As feridas costumam se concentrar no rosto, nas extremidades do corpo, como a palma das mãos e na sola dos pés, na mucosa da boca, na genitália e nos olhos.

Fonte: G1

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