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Polêmico documentário sobre a exploração de orcas será apresentado em festival espanhol

17 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

O nome do documentário é Blackfish e ele mostra a trajetória de crueldade e abuso das orcas que, ao chegarem aos parques marinhos, são exploradas para o entretenimento humano. As orcas são capturadas em seu habitat enquanto ainda são filhotes e as mães, impossibilitadas de esboçar qualquer defesa, assistem a tudo gritando. O documentário inaugurará a sessão “Novas visões” do 46º Festival de Cinema Fantástico de Sitges, na Espanha.

Tilikum nasceu em 1983 e foi capturada perto dos mares da Islândia. Depois de ser transportada para Vancouver, em um parque local, foi enviada para o SeaWorld. (Foto: AP/ Magnolia Pictures)
Tilikum nasceu em 1983 e foi capturada perto dos mares da Islândia. Depois de ser transportada para Vancouver, a um parque local, foi enviada para o SeaWorld. (Foto: AP/ Magnolia Pictures)

O que desencadeou o tema do longa-metragem foi a morte de uma treinadora no parque SeaWorld. De acordo com o parque, a Orca teria se impressionado com seu rabo de cavalo e a puxou para a água, mas Gabriela Cowperthwaite decidiu investigar a fundo a história para tentar explicar o comportamento supostamente estranho do animal. Durante suas pesquisas, ela descobriu parte da crueldade que envolve toda a caça e o adestramento destes cetáceos.

A treinadora Dawn Brancheau com a orca Tilikum. (Foto: AP)
A treinadora Dawn Brancheau com a orca Tilikum. (Foto: AP)

Aconteceu no verão de 2010, Dawn Brancheau, uma reconhecida treinadora do parque SeaWorld em Orlando, na Flórida, morreu após orca Tilikum investir contra ela. “Recordo de algumas coisas”, comenta a diretora do documentário. “Algo sobre seu rabo de cavalo, ela escorregar e cair, algo sobre como este tipo de coisa nunca ocorrer porque nestes parques os animais vivem felizes e os adestradores estão sempre seguros. Mas nem tudo ia bem. Por que um animal extremamente inteligente ataca sua treinadora, a mão que lhe da de comer? Tentei entender este incidente não como uma ativista, mas como uma mãe que leva seus filhos para ver os animais no Seaworld ou, até mesmo, como uma documentarista que não pode deixar as coisas como estão, mas não pode ir além do ocorrido”.

Tilikum nasceu em 1983 e foi capturada perto dos mares da Islândia. Depois de ser transportada para Vancouver, a um parque local, foi enviada para o SeaWorld.

Para realizar o documentário, Gabriela se pôs em contato com Manny Oteyza, que participou de todo o documentário como produtora e se transformou em seu braço direito. Falou com Tim Zimmermann, que havia escrito um excelente artigo sobre o incidente na revista Outside Magazine e propôs a ele ser seu produto associado. Ela também escreveu a um velho amigo, Rick Brookwell, para que fosse seu produtor executivo. Já este, lhe colocou em contato com Judy Bart e Erica Kahn, que financiaram o longa-metragem.  Elas também trabalharam com Jon Ingalls e Chris Towey como diretores de fotografia, que já tinham grande laço como Manny e Gabriela há anos e decidiram juntos que contariam esta história em específico. Mas “qual história?” foi a primeira pergunta, pois a princípio, eles não tinham muita ideia do que aconteceria.

“Assim foi como começou minha viagem de surpresas e descobrimentos”, confessa a diretora. “Durante mais de doze anos eu fiz documentários para a televisão, mas Blackfish é meu segundo longa-metragem. Não posso dizer que foi um filme fácil de se fazer. Durante dois anos fomos bombardeados por relatórios de autópsias, arquivos aterrorizantes, entrevistadores completamente abalados e animais infelizes. Mas, segundo avançávamos, eu sabia que teríamos a oportunidade de esclarecer algumas coisas que haviam acontecido de forma obscura durante o caminho. E tudo que eu tinha que fazer era contar a verdade”.

Veja abaixo o trailer do documentário:

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