A descoberta de cavalos-marinhos na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, surpreendeu até pesquisadores experientes.
O local é símbolo da poluição, mesmo com um tratamento que já tenta há 20 anos resgatar a qualidade da água. Por isso a novidade chamou tanto a atenção, já que os animais não conseguem viver no meio da sujeira.
Cavalos-marinhos não vivem em água poluídas. São espécies sensíveis que vem desaparecendo rapidamente de várias partes do litoral brasileiro.
“Os maiores inimigos do cavalo marinho no Brasil são o esgoto, o lixo doméstico, a coleta dele para aquários e o uso dele em seitas religiosas”, explica César Bernardo Ferreira. Professor de química e biologia, ele mergulha há 20 anos na Baía de Guanabara.
Há pouco mais de um ano, ele se surpreendeu com o reaparecimento de cavalos-marinhos na região. Para o biólogo marinho Marcelo Szpilman o reaparecimento dessas espécies indica que houve melhoria da qualidade da água em alguns locais da Baía de Guanabara. “Eu acho absolutamente surpreendente. O cavalo-marinho é um grande bioindicador de qualidade ambiental. Não é preciso ser profissional para saber que a Baía de Guanabara não está lá essas coisas. Me surpreende como qualquer pesquisador encontrar cavalos-marinhos ainda na Baía de Guanabara”.
“Quando você protege o cavalo-marinho você protege toda a Baía de Guanabara, todo ecossistema marinho e consequentemente isso volta para a gente”, diz César Bernardo Ferreira.
Fonte: G1