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Pequeno falcão ameaçado regressa a Évora

22 de janeiro de 2011
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O francelho desapareceu há décadas da zona

O francelho, pequeno falcão migrador globalmente ameaçado e que, em Portugal, está restrito ao Alentejo, vai ser reintroduzido em Évora, de onde desapareceu há décadas, mediante reprodução de crias em cativeiro e colocação de ninhos artificiais, escreve a Lusa.

O projeto é da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com o Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI) e a associação espanhola Defesa e Estudo do Meio Ambiente (DEMA).

A iniciativa Conservação e Restabelecimento do Francelho (Falco naumanni) na Região de Évora é apoiada por fundos comunitários e inclui uma campanha de apadrinhamento da espécie, lançada este sábado, numa unidade hoteleira da cidade alentejana.

Desaparecido de Évora, bem como de grande parte da sua área de distribuição nacional, a pequena ave de rapina, também conhecida como peneireiro-das-torres, está circunscrita ao Alentejo.

E, nesta região, explicou à Lusa Natália Melo, do CEAI, cerca de 80 por cento da população está nas zonas de Castro Verde e do Vale do Guadiana.

Segundo a responsável, que coordena a campanha de apadrinhamento, a distribuição era bem maior nos anos 40 e 50 do século passado e os francelhos eram tão comuns em Évora, como as andorinhas.

Só que a espécie, que nidifica em cavidades dos edifícios, acabou por desaparecer da cidade durante a reforma dos grandes monumentos históricos.

“Com os restauros, essas cavidades foram tapadas”, o que levou a que o francelho “perdesse a maior parte dos locais de nidificação”, justificou.

Com o projeto, as associações ambientalistas querem “reintroduzir a espécie na cidade e, em especial, no centro histórico, não só para que o pequeno falcão não seja tão ameaçado, mas até para controlar a população de pombos.

“Uma vez que os francelhos e os pombos competem por locais de nidificação, vamos procurar, com a câmara municipal, dar preferência aos francelhos, na tentativa de que a população de pombos não cresça muito”, sublinhou.

A reprodução de crias em cativeiro, a colocação de ninhos artificiais na cidade e a libertação de jovens aves são algumas das ações do projeto.

Com a campanha Apadrinhe uma Cria e Ajude na Conservação do Francelho, os promotores querem recolher apoios e envolver a sociedade na conservação da espécie.

“Quem estiver interessado, pessoas individuais ou grupos e empresas, pode apadrinhar uma das 80 crias que já nasceram ou um dos 17 francelhos adultos residentes no centro de recuperação”, explicou Natália Melo, referindo que os donativos começam nos 30 euros.

Fonte: tvi24

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