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Peixe paulistinha será torturado no lugar de roedores em laboratórios de pesquisa brasileiros

16 de setembro de 2013
2 min. de leitura
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Por Robson Fernadno de Souza (da Redação)

Peixes paulistinhas já estão sendo mantidos presos no Instituto Butantan para fins de pesquisa. Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan
Peixes paulistinhas já estão sendo mantidos presos no Instituto Butantan para fins de pesquisa. Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan

O peixe paulistinha, também conhecido como “zebrafish”, começará a ser explorado e torturado em laboratórios brasileiros. Pesquisadores do Laboratório Especial de Toxicologia Aplicada do Instituto Butantan estão se preparando para explorar esses animais em áreas como farmacologia e imunologia.

Segundo afirma uma pesquisadora desse laboratório, cerca de 2 mil artigos são publicados por ano em todo o mundo tendo o paulistinha como vítima, enquanto no Brasil “apenas” 40 artigos por ano têm como base a exploração dessa espécie de peixe.

Afirma-se que esse peixe pode substituir camundongos ou ratos na maioria dos estudos experimentais, havendo como “benefício” a diminuição do custo das pesquisas, já que a “manutenção” de um camundongo custa 8 reais enquanto a de um paulistinha custa 50 centavos.

Outro argumento usado para se iniciar a exploração dos paulistinhas é que o ciclo de vida do peixe é bem mais rápido do que o dos roedores, e um processo que demoraria três meses num camundongo levaria 72 horas no peixe.

Também é argumentado que o “zebrafish” tem um genoma 70% parecido com o do ser humano, enquanto o camundongo tem 80% de semelhança. Porém isso não impedirá que inúmeras substâncias que deem certo em animais não humanos fracassem nos seres humanos, podendo inclusive aumentar a taxa de testes clínicos fracassados.

O laboratório do Butantan já comprou e instalou os equipamentos onde os paulistinhas serão mantidos presos por toda a vida, e dentro de seis meses eles começarão a ser explorados com diversas substâncias, que lhes podem causar muito sofrimento e talvez até a morte.

Ao contrário do que o senso comum acredita, peixes também são sencientes, podendo sentir dor e sofrer. Os casos mais comuns em que se percebe o sofrimento desses animais são quando um anzol de pesca perfura seu maxilar e quando sofrem com a asfixia ao serem retirados da água. Nada leva a concluir que os paulistinhas não vão sofrer, ou sofrerão menos que os camundongos e ratos, com as pesquisas a que serão forçadamente submetidos.

Continua caminhando na trilha da falta de ética interespécie a ciência, insistindo em explorar e causar sofrimento em animais, tendo não o sofrimento animal como parâmetro de mudanças como essa, mas sim os custos e a eficiência.

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