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Peixe-boi marinho é encontrado em Salvaterra, na Ilha do Marajó

1 de agosto de 2013
3 min. de leitura
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Um peixe-boi marinho macho foi encontrado na praia da Passagem Grande, em Salvaterra, na Ilha do Marajó (PA). Esse é o primeiro registro da espécie encontrada com vida na costa marajoara. Segundo a bióloga Renata Emim, do Museu Emílio Goeldi, o registro anterior foi de um crânio recolhido no município de Soure. “É uma espécie muito rara, a mais ameaçada do Brasil entre os mamíferos aquáticos”, afirma.

Hederaldo ajuda com os cuidados de Omar (Foto: Hederaldo Coelho/Arquivo pessoal)
Hederaldo ajuda com os cuidados de Omar
(Foto: Hederaldo Coelho/Arquivo pessoal)

De acordo com a bióloga, que faz parte do projeto Bicho D’água, o registro da espécie na costa do Marajó é significativo. “Todos os outros encalhos que houve na costa eram de peixe-boi amazônico. É o primeiro registro de um animal desses vivo na costa do Marajó. Isso é um bom sinal, de que talvez eles estejam reproduzindo nessa área”, comenta Renata.

O peixe-boi iria para Belém, mas especialistas consideram que o ideal é que o animal permaneça na região marajoara. Ele está recebendo cuidados desde 21 de julho, dia em que foi encontrado. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CMA-PA/ICMBio) e Museu Emílio Goeldi atuam em parceira no tratamento do animal.

E parece que o peixe-boi já fez novos amigos na região. Hederaldo Coelho, de 25 anos, é professor na comunidade em que o animal foi encontrado. Ele cedeu, junto com a família, um espaço no sítio onde moram em Salvaterra para o peixe-boi marinho receber tratamento até que esteja pronto para ser devolvido à natureza. “Nós demos até um nome para ele, ‘Omar’. Omar vem de mar, de marinho, de água salgada, e não de água doce. Aí ficou Omar”, explica.

Hederaldo explica porquê se interessou pela causa e ofereceu ajuda ao animal. “Primeiro que a gente gosta muito de animais. Além disso, é importante nós podermos fazer parte da história de um animal tão raro, que nunca foi encontrado por essa região. Então, a nossa função é de estar ajudando o meio ambiente”, declara.

Omar tem pouco mais de três meses de vida de acordo com o Museu Emílio Goeldi. Com 1 metro e 32 centímetros, o peixe-boi marinho pode chegar até quase 4 metros na fase adulta. Segundo a bióloga Renata, ele está sendo alimentado com leite e uma variedade de capins marinhos da região, alimento natural desta espécie. Omar continuará em reabilitação em Salvaterra e será solto na costa leste do Marajó assim que estiver apto a sobreviver sozinho na natureza.

Omar tem três meses de vida e 1 metro e 32 centímetros.  (Foto: Jorge Soares/Museu Emílio Goeldi)
Omar tem três meses de vida e 1 metro e 32 centímetros. (Foto: Jorge Soares/Museu Emílio Goeldi)

Segundo o chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama no Pará, Leandro Aranha, o órgão oferece toda a assistência veterinária para o peixe-boi. “Nós compramos os alimentos, medicamentos e, quando necessário, oferecemos a logística. O objetivo final é a soltura dele. Inclusive, estamos em busca de outro local para ele ficar porque o igarapé onde ele está no sítio seca no mês de agosto”, diz.

“Nós queríamos montar um semicativeiro no Marajó, uma área de soltura. Mas, para isso, nós precisamos de recursos, precisamos de apoio para conseguir manter esses animais. Os materiais têm um custo alto. Precisamos de equipamentos como rádios transmissores para monitorar esses animais depois de devolvidos ao meio ambiente. Nós temos que lutar para conseguir apoio e recursos”, ressalta Leandro. Segundo o Ibama, a prefeitura de Salvaterra está dando apoio nos cuidados com o peixe-boi.

Fonte: G1

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