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Peixe-boi adoece ingerindo óleo e lixo e é transferido para Alagoas

8 de maio de 2015
3 min. de leitura
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Foto: Augusto Bôaviagem / Cortesia
Foto: Augusto Bôaviagem/Cortesia

A maior realização dos técnicos que atuam no projeto Peixe-Boi em Porto de Pedras, no litoral norte de Alagoas, é ver os animais reabilitados e finalmente reintroduzidos em seu ambiente natural: rio e mar.
Mas a poluição e a degradação do meio ambiente causados pelo homem estão impossibilitando que o macho Assú viva em seu habitat natural. A liberdade do animal se tornou seu maior risco.
“Assú não se adaptou ao ambiente natural. Já fizemos a soltura do animal três vezes, e em todas elas o bicho se deslocou para a Bahia. No início de março ele foi resgatado pelos técnicos do Projeto Tamar na praia de Gamboa do Morro”, explica o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Iran Normande.
A história de Assú nos faz questionar sobre o quanto a influência do ser humano tem interferido na sobrevivência das espécies marinhas.
“Assú foi resgatado no ano 2000 na Praia de Aracati, no litoral do Ceará. Ele foi transferido para o recinto em Porto de Pedras, onde passou por reabilitação e foi solto pela última vez em 2013. Dessa vez não vamos mais correr o risco de reintroduzi-lo no meio ambiente. A poluição é um grande risco para a sua vida”, lamenta Iran.
O peixe-boi está debilitado e conta com os cuidados do veterinário Augusto Bôaviagem, responsável pela translocação do animal junto com Iran Normande.
O trabalho da equipe tem o apoio da Fundação Toyota e está sendo realizada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) e Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais.
Equipe com 12 profissionais realiza a translocação de ‘Assú’
Por estar muito debilitado depois de ingerir lixo e óleo de embarcações motorizadas, o peixe-boi Assú contará com uma equipe formada por 12 profissionais, entre biólogos, veterinários, tratadores e um zootecnista.
“São aproximadamente 700 quilômetros de viagem. Assú viajará em uma van e contamos com o apoio de mais dois carros, onde a equipe está dividida. Por estar muito debilitado, sempre existe o risco de precisar de atendimento veterinário no caminho”, explica Iran Normande.
“Vamos cuidar do animal e deixá-lo viver no recinto. O meio ambiente se tornou perigoso para a sua sobrevivência”, afirma Iran.
Apesar dos esforços dos profissionais que dedicam suas vidas a resgatar, reabilitar e reintroduzir os peixes-boi em seu ambiente natural, a interferência do ser humano tem feito com que não só essa espécie, mas outros animais marinhos corram risco de extinção.
Apenas 500 peixes-boi vivem hoje na costa brasileira. É uma espécie extremamente ameaçada de extinção e mesmo com todo o trabalho de divulgação sobre a conservação do animal, ainda se registram casos de agressões e até a morte desses bichos provocada por homens.
Em março deste ano o jornal Tribuna Independente acompanhou a soltura da fêmea Natália e registrou a realização da equipe do projeto Peixe-Boi em reintroduzir mais um animal no meio ambiente.
Fonte: Tribuna Hoje
 

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