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Operação disfarçada da Sea Shepherd expõe massacre de baleias na Dinamarca

22 de julho de 2010
4 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Peter Hammarstedt, ativista disfarçado (Foto: Sea Shepherd)

Em 19 julho de 2010 um grupo de 236 baleias-piloto foi cruelmente assassinado na cidade de Klaksvik, nas Ilhas Feroe, na Dinamarca. A Sea Shepherd Conservation Society conseguiu documentar o massacre por meio da operação de um ativista disfarçado, que viveu entre os moradores locais durante uma semana para conseguir as imagens do massacre, que envolve encurralar os bandos de cetáceos em uma enseada antes de atingir a coluna vertebral dos animais com uma faca.

Segundo informações divulgadas no site da Sea Shepherd Conservation Society, Peter Hammarstedt, ativista da entidade e primeiro oficial do navio Bob Barker, estava vivendo disfarçado entre os moradores locais por mais de uma semana quando ouviu pelo rádio informações sobre um massacre acontecendo em Klaksvik. Imediatamente ele foi de carro para o local do crime. Sem condição nenhuma de impedir o massacre, Hammarstedt documentou todo o processo.

“Baleias-piloto são conhecidas por andar em bandos de 200 a 300 membros. Foram massacradas 236 baleias-piloto na noite passada em Klaksvik: adultas, prenhas, lactantes, jovens e fetos ainda ligados por cordão umbilical às mães. Um grupo inteiro, que antes nadava livremente nas águas do Atlântico Norte, foi exterminado em um banho de sangue coletivo”, disse Hammarstedt.

Baleias recebem golpes brutais na cabeça (Foto: Sea Shepherd)

Os governantes das Ilhas Feroes alegam que a morte destas baleias é rápida e indolor, mas as imagens mostradas provam o contrário.

“Uma das baleias teve 5 ou 6 golpes brutais à faca na cabeça”, relata Hammarstedt. “Os moradores locais simplesmente usaram esta baleia como apoio. A morte dela foi lenta e extremamente dolorosa. Algumas são atacadas repetitivamente por até 4 minutos antes de finalmente morrerem.”

O massacre como um todo é indiscriminado e cruel.

“Bebês foram arrancados de dentro dos corpos cortados de suas mães e deixados para apodrecer no píer”, diz Hammarstedt, que fotografou vários filhotes e fetos mortos. “Baleias-piloto são grupos extremamente maternais. Não consigo imaginar o medo e pânico destas mães enquanto seus filhotes eram arrancados de perto delas.”

Bebê ainda ligado pelo cordão umbilical (Foto: Sea Shepherd)

O massacre das baleias-piloto em Faroes é similar ao massacre de golfinhos em Taiji no Japão, como mostra o documentário The Cove. A diferença principal é que existem no mínimo 18 enseadas nas Ilhas Faroes, onde este massacre acontece, tornando extremamente difícil conseguir saber onde o massacre ocorrerá para tentar impedir que aconteça.

Baleias-piloto são classificadas como “estritamamente protegidas” pela Convenção Europeia de Conservação da Vida Selvagem. Permitindo este massacre nas Ilhas Faroes, a Dinamarca falha nas suas obrigações como signatária desta convenção.

Para conseguir acesso ao local do massacre, Hammarstedt se disfarçou como um estudante suíço de cinema. Mesmo tomando várias precauções para esconder sua identidade, ele foi reconhecido por vários dos caçadores, em função da série Whale Wars, exibida pelo Animal Planet. Aparentemente, mesmo nas Ilhas Faroe,s as intervenções da Sea Shepherd em prol das baleias na Antártida já são conhecidas.

Baleias assassinadas nas Ilhas Feroe (Foto: Sea Shepherd)

Quando os assassinos das baleias começaram a seguir a pé Hammarstedt, ele rapidamente foi para seu carro e saiu do local, enviando pela internet as imagens para garantir a sua divulgação. Com sua identidade descoberta, ele começou a receber ameaças em menos de uma hora depois, e foi instruído pelo comando da Sea Shepherd Internacional a deixar o país imediatamente.

Apesar de revistado e interrogado pela polícia no aeroporto, Hammarstedt confirmou à Sea Shepherd que já saiu das Ilhas Faroes.

A Sea Shepherd Conservation Society tem se oposto ativamente e confrontado os massacres nas Ilhas Faroes desde 1985, e continua até hoje como um dos maiores defensores da causa das baleias.

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