Um dia depois de ter voltado ao Parque 13 de Maio, onde vive há mais de 20 anos, o macaco-prego Chico teve seu dia de astro. Crianças, jovens e idosos de diversos bairros da Região Metropolitana do Recife não mediram esforços para conhecer de perto o “macaquinho fujão”. Visivelmente mais tranquilo, o primata foi examinado por veterinários e não apresentou nenhum problema.
Mas ele e os outros animais do minizoológico, inclusive um filhote de jacaré que permanecem no local, podem se mudar em breve. Isso porque a Associação de Defesa do Meio Ambiente de Pernambuco (Ademape) promete entrar, na semana que vem, com uma ação junto ao Ministério Público Estadual (MPPE) para obrigar a remoção imediata dos animais.
A ideia de transferir os animais para um outro lugar, possivelmente o Horto de Dois Irmãos, é também, uma possibilidade estudada pela prefeitura. Uma reunião para debater o assunto está marcada para o início da próxima semana. A discussão veio à tona logo após o desfecho quase trágico do resgate do macaco Chico, que terminou com duas pessoas feridas. Na semana que vem, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) se reunirá com o Ibama e representantes do Horto para definir o futuro dos animais. Chico fugiu na última segunda-feira e se alojou num galpão na Rua do Sossego. Na quinta-feira, uma manicure que o conhecia há 13 anos conseguiu convencê-lo a descer e, assim, os tratadores o capturaram.
Integrantes da Ademape visitaram, ontem, as instalações onde ficam os animais do parque. De acordo com o presidente da associação, Manoel Tabosa, as dez jaulas que abrigam aves como arara-azul e pavão, e também os macacos-prego, estão deterioradas e sem condições de uso. “O material está saturado e cheio de ferrugem”.
Enquanto realizava a vistoria, Manoel Tabosa disse ter flagrado diversas vezes pessoas alimentando os animais com pipocas. “O minizoológico está em um local muito urbano”, disse. Os flagrantes foram registrados em fotografias e vão compor o relatório que a associação vai apresentar ao MPPE.
A possibilidade de retirar os animais divide opiniões. A dona de casa Maria das Dores, 40, não concorda. “Eles já estão acostumados com este lugar. Se as pessoas estão agindo errado, deve haver mais fiscalização”, disse. Já a psicóloga Ângela Aragão, 46, que mora ao lado do galpão onde Chico se abrigou no início da semana, prefere que ele e os outros animais sejam soltos. “Eles são selvagens e devem viver na mata”.
Fonte: Diário de Pernambuco