Uma organização de proteção da vida selvagem afirmou ter descoberto milhares de violações dos padrões de bem-estar animal em zoológicos de toda a Europa. A investigação foi realizada em 29 zoológicos diferentes em um período de 18 meses.
De acordo com a Aspinall Foundation, uma ONG britânica, houve mais de 3 mil violações contra o bem estar dos animais. “Os elefantes são as maiores vítimas de negligência, à frente dos rinocerontes, leões, tigres e girafas”, aponta a Aspinall em seu relatório.
Além de uma denúncia aos zoológicos, a investigação mostra também falhas da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA), que tem como intuito garantir que os animais sejam tratados dentro de padrão de bem estar, o que não está acontecendo.
A investigação envolveu 12 países europeus e alega que a EAZA falhou em garantir a conformidade, levando ao “sofrimento mental e físico” dos animais.
Os investigadores viram elefantes trancados fora de seus abrigos em temperaturas frias. Também mantiveram ursos em recintos de concreto sem abrigo e, incrivelmente, um hipopótamo não tinha acesso a uma piscina.
No Zoológico de Colchester, no Reino Unido, um rinoceronte, uma avestruz e uma zebra ficaram todos fora por seis horas sem abrigo, apesar das diretrizes sobre acomodação. O Zoo de Chester teve alegações semelhantes sobre o tratamento de seus elefantes, deixando-os fora por cinco horas.
O relatório listou diversas falhas, incluindo a falta de inspeções sem aviso prévio. Também levantou dúvidas sobre o quão rigorosa era a fiscalização, devido à dependência do EAZA em relação as taxas de filiação pagas pelos zoológicos e aquários.
Os móveis dos recintos, o abrigo dos animais e o espaço para exercícios estavam ligados à maioria das violações. Apesar disso, todos os zoológicos membros mantiveram seu status de credenciados.
Outra falha notada foi o intervalo de sete a dez anos entre o credenciamento das instalações pela EAZA e a renovação delas. Eles observaram que isso pode resultar em um declínio nos padrões.
Damian Aspinall, presidente da Fundação Aspinall, condenou os zoológicos acusados e a EAZA de criarem um “mito da proteção de animais”.