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NEGLIGÊNCIA

ONG denuncia mais de 3 mil violações contra o bem-estar animal em 29 zoológicos

Entre as infrações estão animais passando fome, presos para fora de recintos em temperaturas baixas e falta de tanques e piscinas para espécies que necessitam de contato com a água

22 de maio de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Aspinall Foundation

Uma organização de proteção da vida selvagem afirmou ter descoberto milhares de violações dos padrões de bem-estar animal em zoológicos de toda a Europa. A investigação foi realizada em 29 zoológicos diferentes em um período de 18 meses.

De acordo com a Aspinall Foundation, uma ONG britânica, houve mais de 3 mil violações contra o bem estar dos animais. “Os elefantes são as maiores vítimas de negligência, à frente dos rinocerontes, leões, tigres e girafas”, aponta a Aspinall em seu relatório.

Além de uma denúncia aos zoológicos, a investigação mostra também falhas da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA), que tem como intuito garantir que os animais sejam tratados dentro de padrão de bem estar, o que não está acontecendo.

A investigação envolveu 12 países europeus e alega que a EAZA falhou em garantir a conformidade, levando ao “sofrimento mental e físico” dos animais.

Os investigadores viram elefantes trancados fora de seus abrigos em temperaturas frias. Também mantiveram ursos em recintos de concreto sem abrigo e, incrivelmente, um hipopótamo não tinha acesso a uma piscina.

No Zoológico de Colchester, no Reino Unido, um rinoceronte, uma avestruz e uma zebra ficaram todos fora por seis horas sem abrigo, apesar das diretrizes sobre acomodação. O Zoo de Chester teve alegações semelhantes sobre o tratamento de seus elefantes, deixando-os fora por cinco horas.

O relatório listou diversas falhas, incluindo a falta de inspeções sem aviso prévio. Também levantou dúvidas sobre o quão rigorosa era a fiscalização, devido à dependência do EAZA em relação as taxas de filiação pagas pelos zoológicos e aquários.

Os móveis dos recintos, o abrigo dos animais e o espaço para exercícios estavam ligados à maioria das violações. Apesar disso, todos os zoológicos membros mantiveram seu status de credenciados.

Outra falha notada foi o intervalo de sete a dez anos entre o credenciamento das instalações pela EAZA e a renovação delas. Eles observaram que isso pode resultar em um declínio nos padrões.

Damian Aspinall, presidente da Fundação Aspinall, condenou os zoológicos acusados e a EAZA de criarem um “mito da proteção de animais”.

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