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ANTÁRTIDA

Mudanças climáticas estão causando desaparecimento de focas

1 de outubro de 2021
Beatriz Silva | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Dra. Michelle LaRue/DailyMail

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, mostrou que a população das focas-de-Weddell, que vivem na Antártida, é menor do que se estipulava. Esta foi a primeira estimativa global da população desta espécie, sendo utilizadas imagens de satélites com alta resolução e uma campanha crowdsourcing, com informações coletivas.

Segundo os dados obtidos, foram descobertas cerca de 202.000 focas fêmeas, sendo adultas e sub adultas, número menor do que era esperado. Além disso, foi descoberto que somente 0,55% do gelo preso à costa estava sendo habitado pelas focas. As focas fêmeas costumam dar a luz nesse tipo de área. A análise não incluiu as focas do gênero masculino, já que eles passam muito do seu tempo embaixo d’água.

A autora principal do estudo, Dr Michelle LaRue, diz que a pesquisa analisa a primeira estimativa global de focas da espécie de Weddell, que são predadores importantes no Oceano Antártico. O estudo foi publicado na revista científica Science Advance. A pesquisadora acrescenta que agora pode-se usar essa nova pesquisa para contribuir com a ciência da qual pode-se tomar decisões políticas sólidas.

Para realizar o estudo, os pesquisadores contaram com a ajuda de cientistas cidadãos, que examinaram as imagens de satélite e contaram as focas encontradas. Saída encontrada devido às focas viverem em áreas do Oceano Antártico difíceis de serem acessadas pelos humanos. Segundo a Dra. Michelle LaRue, a inteligência artificial não seria capaz de contabilizar de forma precisa os animais, por isso a equipe contou com voluntários, que ajudaram a identificar onde haviam visto os animais, e os pesquisadores retornaram aos locais para contabilizar os animais. As focas encontradas pelos pesquisadores são de grande porte, e as adultas pesam entre 400 e 500 quilos.

A pesquisa contou com a ajuda de imagens de satélite e cientistas voluntários | Foto: Reproduçao/DailyMail

De acordo com o portal Daily Mail, outra descoberta negativa foi a relação entre a contagem de focas e o tamanho da colônia de pinguins imperadores, que ajudam a apoiar a ideia da existência de competição entre as duas espécies.

Mesmo sendo uma das espécies de mamíferos marinhos mais estudadas do mundo, o que se sabe do padrão, tamanho da população e estrutura das focas, ainda é pouco. A Dra. Michelle LaRue diz que as focas-de-Weddell são peça-chave nos indicadores do Oceano Antártico, por duas importantes razões: Por habitarem a área de gelo conectada ao continente antártico, área em que os pinguins-imperadores também habitam, e o outro fator é devido a alimentação das focas, que comem peixes da espécie Merluza-negra. Fatores que ajudam a ter uma ideia do funcionamento do ecossistema antártico.

As focas encontradas pelos pesquisadores são de grande porte | Foto: Dra. Michelle LaRue/DailyMail

Os pesquisadores afirmam que seu estudo não usou uma abordagem invasiva e destacam o potencial do sensoriamento a distância para monitoramento dos animais.

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