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RESPOSTA

MPF pede informações ao Instituto Onça-Pintada após morte de animais

23 de agosto de 2022
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Foto: Divulgação | IOP

Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) pediu informações nesta segunda-feira (22) ao Instituto Onça-Pintada (IOP) sobre a morte de 72 animais, nos últimos sete anos, por suposta negligência ou imperícia da ONG. O IOP terá cinco dias para responder ao pedido da Procuradoria.

O MPF abriu uma notícia de fato com base nas multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no valor total de R$ 452 mil, como revelou o Metrópoles nesse domingo (21).

Três infrações foram apontadas contra o instituto: por matar 72 espécimes da fauna silvestre nativa em desacordo com a autorização obtida; por praticar maus-tratos aos 72 animais ao não lhes garantir segurança nos recintos em que estavam presos; e por fazer funcionar atividade utilizadora de recursos ambientais contrariando normas legais ao expor os animais.

Segundo o Ibama, macacos, veados, pássaros, lobos e onças vieram a óbito após suposta displicência do criadouro conservacionista. Os animais morreram predados por animais silvestres, envenenados, picados por serpentes ou espancados por similares. Do total, 52 são espécies ameaçadas de extinção.

“O IOP não possui capacidade técnica e estrutural para manutenção de animais com segurança. Os animais ali mantidos estão sujeitos a ataques de predadores silvestres e de ratos sem que possam fugir ou se defender, pois estão presos. Também são imperitos em aproximar animais de outro de sua espécie sem fazê-lo com cautela e de forma gradual, o que culmina em morte decorrente de espancamento pelos demais. O controle de roedores é realizado de forma inadequada ou negligente, o que possibilita o acesso dos animais do plantel ao veneno e consequente morte por envenenamento”, conclui nota informativa do Ibama.

Além dos 72 óbitos por negligência ou imperícia, outros 53 animais morreram no criadouro desde 2017, segundo o levantamento do órgão ambiental. Nesse período, o número de mortes foi três vezes maior que o de nascimentos. “Considerando tratar-se de um criadouro de fauna silvestre para fins de conservação, pode-se afirmar que não tem atingido seu objetivo possuindo um saldo negativo, ou seja, mata mais animais que nascimentos no criadouro”, diz o Ibama.

Após a publicação da reportagem, o IOP afirmou ter recebido com “surpresa” as aplicações de multas no mês de junho por um fiscal do Ibama, “que nunca esteve presencialmente nas nossas instalações”. “Já apresentamos nossa defesa ao Ibama e estamos confiantes na reversão das sanções”, acrescentou.

A ONG afirmou também que, com os embargos fixados pelo fiscal, as atividades do instituto “serão prejudicadas”. No âmbito do processo, o Ibama também decidiu, ao visar a segurança dos animais, que o Instituto Onça-Pintada seja embargado para as atividades de visitação, recebimento, destinação, alienação (a qualquer justificativa) e reprodução de espécimes até a apresentação de projetos de conservação adequados.

Fonte: Fato Amazônico

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