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MP sugere que vaqueiros de Pedrão desfilem sem cavalos no 2 de Julho

30 de junho de 2011
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Animais são explorados e levados à exaustão durante evento (Foto: Reprodução/G1)

Um dos momentos mais tradicionais da manifestação popular no desfile de 2 de Julho, em Salvador, na BA, corre o risco de não acontecer este ano. Recomendação do Ministério Público do estado sugere que os  ‘Encourados de Pedrão’, que representa a participação dos vaqueiros na guerra pela independência da Bahia, participem do desfile sem os cavalos. A solicitação foi impetrada no MP pela Associação de Proteção dos Animais da Bahia.

A entidade já moveu ações no MP envolvendo animais que eram usados em outras duas grandes manifestações do estado: o desfile do Bonfim e a lavagem do Garcia, que acontecem em Salvador. Segundo Ana Rita Tavares, do Movimento Humanitário Pró-Animal e da ONG Terra Verde Viva, a proibição pretendida por organizações que militam na causa se deve aos maus-tratos sofridos pelos animais. “O primeiro mau-trato é aquele que retira o animal do seu habitat natural para inseri-lo em um contexto de barulho, em que pessoas que se embriagam e jogam bebidas nos olhos dos animais, nas narinas. Eles sofrem demais”, comenta.

A Fundação Gregório de Matos (FGM), que organiza o desfile, diz que vai recorrer ao Tribunal de Justiça para assegurar a participação dos cavalos. “Nós somos favoráveis à participação dos animais, mesmo porque o 2 de Julho é a festa cívica mais importante da Bahia, tão importante quanto 7 de setembro, ou até mais. E os animais são integrantes dessa história. Com o cuidado devido, eles têm que participar”, avalia o presidente Ipojucã Cabral.

O coordenador dos Encourados, Anderson Maia, conta que os vaqueiros vão estar presentes com os animais, mesmo correndo o risco de serem retaliados. “Não há maus-tratos nos nossos animais, eles são preparados para esse desfile. No percurso, eles descansam 15, 20 minutos, a depender da necessidade de cada um deles. Os caminhões que fazem o transporte são novos e, ao chegar lá, a sede do animal é saciada, igual a de todos nós”, comenta. O vaqueiro ainda acrescenta: “Será que a polícia montada também vai parar de andar com seus animais?”. Na cidade, a população não imagina o desfile sem a participação dos cavalos. “Se não tiver o cavalo não tem o vaqueiro”, diz um senhor.

O promotor de Justiça Heron Santana, titular da Promotoria do Meio Ambiente do MP na Bahia, disse que não existe nenhuma ação oficial do órgão em relação aos cavalos do 2 de Julho, mas que, entretanto, existe uma recomendação para que eles não sejam usados.

Com informações do G1

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